O tempo seco junto com a poluição, favorecem infecções respiratórias, ardência e ressecamento dos olhos, boca e nariz, principalmente em crianças, idosos e doentes crônicos. Em Salvador, as doenças respiratórias foram a causa de mais de 21 mil hospitalizações entre janeiro de 2017 e novembro de 2018, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
No intuito de traçar um perfil detalhados da situação do panorama de agravos respiratórios para melhorar a assistência de políticas públicas, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) através da Vigilância em Saúde Ambiental (VISAMB) vem monitorando o cenário da qualidade do ar da capital há seis meses na Unidade de Sentinela de Doenças Respiratórias instalada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) San Martin – localidade mais próxima das áreas da cidade que apresentaram qualidade do ar regular ou ruim.
Durante o levantamento de informações atualizado por semana, os grupos que mais registraram ocorrência na unidade de urgência foram crianças de até 05 anos e idosos. As queixas entre o grupo de idosos com mais de 60 anos chegaram até 30 em apenas uma semana.
“Pode ser considerado normal, por faixa etária, até 05 casos no período de sete dias. Ultrapassando esse parâmetro já é preocupante. Salvador é uma cidade predominante quente, portanto, as condições relativas do ar permitem que os poluentes permaneçam mais tempo em suspensão no ar. Para isso, pretendemos intensificar o sistema de monitoramento para toda a cidade, implantando esse ano ainda mais 05 unidades sentinelas” afirmou o subcoordenador da VISAMB, Lourenço Ricardo.
Uma outra estratégia que está sendo utilizada pela gestão é a utilização de nefelômetros, equipamento que atua na medição do material particulado nas academias de ruas de Salvador. Esta estratégia busca identificar a melhor condição da atividade do ar favorável à prática de atividade física que se intensifica nessa estação.
No município foi constatado durante a fiscalização que a concentração de partículas é maior nos horários de pico de congestionamento de veículos (geralmente entre as 7h às 9h e das 17h às 20h), com a chegada do calor intenso no verão e chuvas repentinas, a situação ainda é pior. Para evitar o quadro de agravo respiratório recomenda-se que a atividade física seja realizada em locais com menor fluxo de veículos e arborizadas para minimizar os efeitos dos poluentes. Além disso, o uso de umidificadores nos ambientes e recorra à inalação de soro fisiológico pelo menos três vezes ao dia.