Angiologistas de todo o país estarão reunidos em Salvador, de 19 a 21 de outubro, para participar do 20º Curso de Escleroterapia com Espuma. Nesta edição estará presente um dos maiores especialistas internacionais no assunto, o italiano que publicou há 20 anos sobre a técnica, professor Attilio Cavezzi. A iniciativa é uma realização do Monte Tabor, Instituto Ruettiman (sem fins lucrativos), Prefeitura de Salvador e Hospital São Rafael (HSR). A unidade de saúde foi pioneira no Brasil neste tipo de tratamento venoso, realizado pelo SUS.
Durante o curso, os profissionais vão aprender a técnica que evita anestesia, cortes e internamento no tratamento de varizes, problema que atinge mais de cinco milhões de brasileiros. Os palestrantes também irão focar nos cuidados com as feridas e técnicas de compressão para as úlceras venosas.
De acordo com o difusor da técnica no Brasil, o angiologista do HSR, Marcelo Liberato, o procedimento visa garantir o acesso à população de baixo poder aquisitivo a um tratamento “mini-invasivo”, seguro, rápido e realizado em ambiente ambulatorial. “Tão eficaz quanto a cirurgia convencional, o procedimento diferencia-se por tratar as varizes e úlceras (feridas) varicosas, sem necessidade de anestesia, cortes ou internamento. O nosso Programa Municipal já beneficiou aproximadamente cinco mil soteropolitanos”.
Como funciona
A espuma de polidocanol (esclerosante) é injetada na veia varicosa, fechando-a e desviando o sangue para as veias normais, de maneira que seja restabelecida a plena circulação nos membros inferiores. “O paciente chega ao ambulatório, recebe a sessão de espuma e sai andando com o curativo e a meia de compressão elástica. Seguramente, esta técnica é uma esperança para diminuir as longas filas de espera para o tratamento das varizes e úlceras venosas e, com isso, o sofrimento de quem as carrega consigo”, detalha Marcelo Liberato.
Acesso ao Serviço
Durante o projeto de pesquisa e trabalhos voluntários, centenas de pacientes receberam o tratamento gratuitamente no Hospital São Rafael. Os resultados foram tão satisfatórios que renderam o convênio com o município, garantindo atendimento aos doentes graves. Os pacientes tratados têm entre 18 e 94 anos de idade. Muitos estavam encostados pelo INSS ou haviam se aposentado por invalidez, antes de terem acesso ao tratamento.
O critério utilizado para o atendimento é a gravidade da situação. Para fazer essa triagem, foram treinados mais de 250 profissionais da área de saúde, locados em 110 postos de saúde espalhados por Salvador. Enfermeiros e técnicos realizam a primeira seleção, em seguida um médico angiologista também avalia a situação antes de direcionar o paciente ao tratamento.