Menstruação atrasada nem sempre significa gravidez, o ciclo menstrual irregular pode ser sinal de doenças ou de hábitos de vida
CC , Salvador |
03/09/2018 às 11:59
Ginecologista Jorge Valente
Foto:
Menstruação atrasada nem sempre significa gravidez. Estresse, infecções, uso de alguns medicamentos, distúrbios endócrinos, distúrbios alimentares (anorexia e bulimia), magreza excessiva ou obesidade e Síndrome dos Ovários Policísticos são alguns dos inúmeros fatores que podem interferir na regularidade do ciclo menstrual. “Quando o ciclo sofre alterações na sua regularidade ou no seu fluxo, é preciso investigar. Se a menstruação atrasa, a mulher deve procurar seu ginecologista para identificar a causa. Se a gravidez for descartada, a ausência de menstruação pode ser associada a alguma doença, como miomas uterinos ou problemas de tireoide”, explica o ginecologista Jorge Valente, diretor médico do CEPARH (Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana). A menstruação dura entre dois e sete dias, mas em média sua duração fica em torno de quatro dias. O ciclo menstrual - período que vai do primeiro dia da menstruação até o primeiro dia da próxima menstruação - varia de 25 a 35 dias em média para a maioria das mulheres.
Segundo o médico, hábitos de vida, como dietas restritivas ou atividade física em excesso, também podem afetar a produção hormonal e, consequentemente, a ovulação. A atividade física extenuante e as dietas de restrição alimentar e baixo consumo calórico também podem causar atrasos e irregularidades no ciclo menstrual. “Com frequência, atletas e mulheres que malham excessivamente apresentam quadro de amenorreia (ausência de menstruação por 3 meses ou mais)”, explica Jorge Valente.
“Fatores emocionais podem ser responsáveis pelo ciclo irregular, uma vez que a ansiedade, o estresse e o nervosismo interferem diretamente na produção hormonal, podendo atrasar ou antecipar a menstruação”, explica o médico. De acordo com o médico, níveis elevados de tensão podem causar uma disfunção da hipófise, glândula endócrina responsável pela regulação hormonal.
É comum também que mulheres que estejam amamentando fiquem meses sem menstruar. A ação da ocitocina (hormônio responsável pela ejeção do leite materno) e da prolactina (principal hormônio responsável pela produção do leite materno) pode suprimir a menstruação. No entanto, o médico Jorge Valente enfatiza: “a ausência de menstruação, neste caso, não significa que a mulher não pode engravidar. É importante que neste período ela também use métodos anticoncepcionais se quiser evitar uma nova gravidez”.
O uso de alguns medicamentos, como ansiolíticos, antidepressivos e antibióticos, também pode desregular o ciclo menstrual e causar atrasos na menstruação.