O Brasil é o único país da América Latina que ainda não expandiu por completo o tempo de residência.
Da Redação , Salvador |
27/07/2018 às 11:49
Dia do pediatra
Foto:
Mudanças para aperfeiçoar a formação de novos pediatras no Brasil marcam as comemorações pela passagem do Dia do Pediatra, nesta sexta-feira - 27 de julho. As medidas têm o apoio da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) e atendem a uma resolução da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) para que, em 2019, todos os programas de Residência em Pediatria do país tenham ampliado de dois para três anos o período de preparação dos residentes.
“Essa ampliação para três anos é uma boa forma de celebrar este dia. Isso dá um novo fôlego à atividade da pediatria no Brasil e nos permite oferecer condições mais apuradas no atendimento às crianças e adolescentes”, pontua a presidente da Sobape, a pediatra Dolores Fernandez.
O tema esteve em debate no mês de junho no Fórum de Pediatria realizado em Brasília pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a CNRM. Na ocasião, a pediatra Helita Azevedo, diretora científica da Sobape e membro do Departamento de Ensino e Pesquisa da SBP, apresentou um panorama com as condições para implantação da nova modalidade no Nordeste brasileiro.
Ela realizou entrevistas com 90,1% dos coordenadores das residências dos estados da região e verificou que, do total de 45 residências, apenas cinco, pertencentes a um projeto piloto, já estão na modalidade de três anos. As demais iniciarão em 2019. De acordo com a apuração, 88% dos residentes do Nordeste são sócios da SBP. "Na Bahia, que tem 11 unidades de residência, 84% dos residentes são sócios, confirmando a importância do associativismo à Sobape, que, além de atualizações frequentes, mantém contato com profissionais experientes e estimulantes na prática da Pediatria", diz.
Conforme explica Helita Azevedo, o conteúdo do novo formato foi modificado em relação à distribuição em torno dos três anos. “O residente sairá bem mais preparado e seguro para exercer sua profissão. Acrescentamos genética médica, adolescência, psiquiatria, treinamento em centro cirúrgico, melhor distribuição de carga horária em unidades de terapia intensiva e ambulatórios de pediatria”, descreve.
Durante o fórum, a presidente da SBP, a pediatra Luciana Silva, afirmou que o Brasil tem mais de mais de 295 programas de residência em pediatria, com apenas 20 que executam o programa de três anos. Em breve, mais dez passarão a aderir ao modelo.
O Brasil é o único país da América Latina que ainda não expandiu por completo o tempo de residência.