O fungo já faz parte da flora vaginal de muitas mulheres e, como a vagina é úmida e quente, alguns fatores podem fazer com que ele se prolifere com facilidade
CC , da redação em Salvador |
06/11/2017 às 13:10
Jorge Valente, diretor do Ceparh
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Estima-se que 75% das mulheres terão candidíase ou monolíase vaginal pelo menos uma vez na vida. Corrimento, coceira insuportável, irritação e inchaço são alguns dos desagradáveis sintomas da infecção vaginal, causada por um fungo do gênero Candida albicans ou Monília.
Vários fatores podem favorecer o surgimento da infecção, dentre eles, a diabetes, o uso de antibióticos ou de anticoncepcionais e corticoides, a queda da imunidade, o uso de roupas muito apertadas e biquínis molhados e até o ato de realizar duchas vaginais com muita frequência. “Mudanças hormonais nos períodos menstruais e na gravidez também podem facilitar o surgimento da candidíase,” explica o ginecologista Jorge Valente, diretor do CEPARH (Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana).
“O fungo responsável pela infecção é muito oportunista e, muitas vezes, se prolifera quando a paciente tem uma baixa de imunidade. O uso de alimentos probióticos pode ser altamente benéfico para melhorar esse quadro. Os probióticos são lactobacilos que habitam o intestino e que formam uma camada de defesa, 80% da defesa do organismo fica no intestino. O uso diário de cápsulas de lactobacilos é recomendável para pacientes que têm reincidência de fungos em função da deficiência de imunidade,” esclarece o médico.
O fungo já faz parte da flora vaginal de muitas mulheres e, como a vagina é úmida e quente, alguns fatores podem fazer com que ele se prolifere com facilidade e cause a infecção. Segundo Jorge Valente, “o estresse, o uso de antibióticos ou mesmo uma queda da resistência do organismo podem fazer com que o fungo se multiplique e ocorra a infecção.”
Embora a infecção possa ser transmitida através de relação sexual, ela não é considerada propriamente uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), pois é causada por fungos oportunistas que habitam a flora vaginal de muitas mulheres sem apresentar sintomas. “Apesar de não ser uma DST, a candidíase pode ser transmitida no contato sexual, então é fundamental que a pessoa contaminada evite o sexo desprotegido para não transmitir a doença,” alerta Jorge Valente.
O tratamento da candidíase é simples, a base de remédios antifúngicos, mas a paciente deve consultar o ginecologista para ser examinada e ter o diagnóstico adequado e a indicação do medicamento correto.