Com informações da Secom Gov
TS , Salvador |
04/11/2017 às 19:37
Equipe médica de 2008
Foto:
A reestruturação do sistema de atendimento às cirurgias pediátricas e neonatais na Bahia comemora uma década este ano. “Em 2007, vivíamos um cenário de desassistência das crianças, desorganização da rede e desvalorização do profissional.
A mudança veio quando a categoria de cirurgiões pediátricos, apoiada pela Sesab (Secretaria de Saúde do Estado da Bahia), se uniu formalmente e recebeu aval para organizar e cogerir o sistema”, explica Alexinaldo Silva, cirurgião pediátrico.
Foi com a criação do Núcleo de Cirurgiões Pediátricos da Bahia (NCP-BA) que se iniciou o processo de integração da rede cirúrgica pediátrica e neonatal, ou seja, as crianças passaram a ser acompanhadas desde a suspeita da patologia até a alta após a realização do procedimento, como prevê a lei do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em dez anos, o núcleo implantou o serviço de videocirurgias na rede SUS no Hospital Santo Antônio, Hospital Martagão Gesteira e Hospital Roberto Santos. “São realizados procedimentos como colecistectomia, apendicectomia,esplenectomia, nefrectomia, gastrostomia, tratamento para doença do refluxo gastroesofágico, correções de hérnias diafragmáticas, biópsias diversas, cirurgias urológicas e tratamento cirúrgico do derrame pleural por toracoscopia.
Estes avanços permitem reduzir o uso de analgésicos e uma recuperação mais rápida, favorecendo a alta precoce”, explica Leila Gonçalves, cirurgiã pediatra integrante do Núcleo. Durante o período, o núcleo também desenvolveu a cirurgia neonatal no estado e realizou mutirões em cirurgia pediátrica na rede SUS.
A desorganização da demanda cirúrgica também foi um problema grave resolvido na última década. Os cirurgiões, em parceria com a Sesab, montaram uma central própria de regulação que gerencia a demanda cirúrgica pediátrica e neonatal, planejando transferências hospitalares e otimizando os leitos, especialmente da UTI. “Hoje, na rede pública, são mais de 100 leitos de UTI e semi-UTI em neonatalogia no estado. No passado, não havia organização no uso destes leitos,e muitos pacientes eram transferidos para unidades que não possuíam recursos físicos e profissionais necessários para o atendimento adequado. Com o gerenciamento destas vagas, gestante e criança são direcionados, ainda no pré-natal, à unidade que poderá oferecer melhor suporte ao recém-nascido, reduzindo custos e risco”, explica Leila Gonçalves, cirurgiã pediátrica e integrante do NCP.
Antes de 2007, havia uma lacuna na assistência à cirurgia pediátrica causada pela ausência de novos profissionais na área. Hoje, o número de profissionais quase dobrou devido à implantação de residências médicas na área de cirurgia pediátrica nos hospitais Irmã Dulce, Martagão Gesteira, Roberto Santos e Hospital Estadual da Criança-HEC. Em 2017, o Núcleo realizou mais de 2.500 procedimentos e cirurgias em toda a rede SUS da Bahia.