Depois de vivenciar a rotina da Unidade de Acidente Vascular Cerebral do Hospital Geral Roberto Santos (UAVC-HGRS), a fisioterapeuta Iara Maso achou que era o momento de criar e validar uma nova escala para avaliar a mobilidade em pacientes hospitalizados devido ao “derrame” (nome popular dado ao AVC). Ela, então, levou a ideia para a academia e a defendeu em sua tese de mestrado na Universidade Federal da Bahia (Ufba). Foi aprovada e já planeja enviar o trabalho para divulgação em revistas científicas.
Iara, que define sua escala de mobilidade como um instrumento prático, rápido e específico, explica que a ferramenta é capaz de avaliar o nível de dependência do paciente ao realizar atividades como ficar sentado, ficar em pé e andar. “Essa escala já vem sendo utilizada em alguns setores do hospital para direcionar as condutas fisioterapêuticas e acompanhar a evolução funcional dos indivíduos durante a internação. Recentemente, passou a ser utilizada também como indicador pela Coordenação de Fisioterapia do HGRS a fim de avaliar a qualidade da assistência”, explica.
A fisioterapeuta tinha, ainda, como objetivo do trabalho de mestrado testar a confiabilidade da nova escala: “aplicamos a escala em 320 pacientes internados na Unidade de AVC do HGRS e avaliamos o seu desempenho. Os resultados foram ótimos quando comparados a outros instrumentos descritos na literatura”.
UAVC-HGRS
Além da representação na Ufba, a Unidade de AVC do Hospital Roberto Santos participou com quatro trabalhos do XI Congresso Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares. As pesquisas discutem os fatores associados ao melhor prognóstico e recuperação funcional dos pacientes que tiveram AVC. De acordo com o grupo, os pacientes foram avaliados durante a internação na UAVC-HGRS e, posteriormente, foram reavaliados em domicílio para verificar o impacto da doença na vida do paciente após a alta hospitalar.
A UAVC-HGRS desenvolve os trabalhos por meio de parceria com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Ufba e com o Grupo de Pesquisa Comportamento Motor e Reabilitação Neurofuncional, da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Contam com apoio da Coordenação de Fisioterapia do HGRS.