A doença ainda é um mistério
Darana , Salvador |
23/01/2017 às 15:34
Desde dezembro, uma doença desconhecida vem preocupando médicos e autoridades de saúde na Bahia. A doença, de acordo com alerta epidemiológico emitido pela Secretaria de Saúde (Sesab), relata que a doença é uma “possível variação de mialgia epidêmica”, que causa “fortes dores na região cervical, região do trapézio, seguidas de dores musculares intensas nos braços, dorso, coxas e panturrilhas”. Outro sintoma que chama atenção é a cor da urina, que fica em uma tonalidade bastante escura, similar a refrigerantes de cola, em alguns casos.
Tentando encontrar alguma causa para o surgimento desta doença, especialistas e populares levantam a hipótese de peixe contaminado como possível causa. De acordo com Fernando Romero, infectologista do Hapvida, esta hipótese ainda precisa ser mapeada pelas autoridades de saúde para ser comprovada. “A princípio existe um fator em comum em vários dos casos notificados, que é este consumo de determinado tipo de peixe. Mas isto não está confirmado. Outra forma de contaminação levaria a uma disseminação mais rápida da doença, como casos de infecções por transmissão respiratória, que ocorre por vias aéreas”, afirma o médico.
Em casos da doença que já foram notificados, as amostras estão sob avaliação do Laboratório de Virologia, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia. O infectologista faz um alerta: “A recomendação é que, enquanto não se tenha confirmações sobre formas de contágio, é preciso tomar cuidados básicos para evitar contaminação. Por se tratar de uma doença nova sem etiologia definida não é recomendado a automedicação. Se tiver sintomas de dores musculares intensas, urina escura, dores nas articulações e sudorese, procure imediatamente o atendimento médico para uma melhor elucidação do quadro”, reforça.
Formas de tratamento e cuidados – O tratamento desta doença é feito com hidratação constante e analgésicos receitados após análise médica. Fernando Romero reforça que é essencial evitar a automedicação. “É importante que o paciente não tome remédios por sua própria vontade ou qualquer outra medicação, como anti-inflamatórios, para não sobrecarregar o funcionamento dos rins e do fígado”, destaca.
O infectologista ainda reforça que a higiene sempre é essencial para evitar novas contaminações. “Lavar bem as mãos e os alimentos antes de preparar as refeições. Estes cuidados são essenciais, entretanto, se sentir quaisquer sintomas de infecção, sempre procure seu médico”.