O HAM atende 3.500 pacientes ao dia e realiza 10.000 cirurgias de câncer ao ano e ainda tem serviço de acompanhamento domiciliar, um dos únicos no país.
Tasso Franco , da redação em Salvador |
04/08/2016 às 13:32
Arittides Maltez Filho, personalidade de destaque em oncologia pelo ICESP, SP
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No próximo dia 9, o presidente da Liga Baiana contra o Câncer e CEO do Hospital Aristides Maltez, o médico Aristides Maltez Filho, recebe o VII Prêmio Octavio Frias de Oliveira, na categoria Personalidade de Destaque em Oncologia, promovido pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira - ICESP, com apoio do Grupo Folha, a realizar-se no Teatro da Faculdade de Medicina da USP. O prêmio será outorgado pela importante trajetória em prol da filantropia e do combate ao câncertg no Brasil.
Em entrevista ao Bahia Já nesta quinta-feira, 4, Dr Aristides, como é mais conhecido, diz que "o mérito é da instituição, no reconhecimento nacional do HAM, braço operacional da Liga Bahiana Contra o câncer, instituição filantrópica sem fins lucrativos, especializado no tratamento do câncer e principal unidade de atendimento oncológico à população carente do Estado".
Em números: o HAM atende gratuitamente pelo SUS em média 3.500 pacientes ao dia, conta com 232 leitos, um quadro de profissionais médicos de 185 pessoas, 1.160 funcionários nas outras áreas - enfermagem, administração, tecnologia da informação, etc - e trabalha com todos os seus colaboradores, fornecedores e outros, com pagamentos em dia.
Há, no entanto, uma permanente luta para manter as contas financeiras ajustadas porque os repasses do SUS via Prefeitura de Salvador ainda deixam em aberto algo em torno de R$800 mil/mês cobertos com doações voluntárias e campanhas.
SÓ PESSOAS CARENTES
O HAM atende exclusivamente pacientes do SUS dos 417 municípios do Estado. "Nós temos uma filosofia que é a de atender a todos os pacientes, indistintamente. É um hospital da Bahia e um dos maiores do país no atendimento SUS oncologia, de Norte a Sul do país, com serviço de qualidade, de excelência".
Aristides considera pretencioso falar da qualidade do atendimento do HAM, mas, reconhece "que há um bom nível técnico, de excelente qualidade dentro dos princípios pertinentes a oncologia".
Não foi à toa, portanto, que o HAM e seu principal executivo, serão destaques nacionais em filantropia na oncologia, o hospital instalado no bairro de Brotas há 64 anos, fundado por seu pai, tem um dos melhores centros cirurgicos do país, equipamentos de alta tecnologia no tratamento do câncer e profissionais da melhor qualidade com suas especializações.
É claro que, para administrar um complexo dessa natureza, a direção executiva da Instituição gostaria muito que os recursos do SUS via Prefeitura de Salvador pudessem ser compatíveis com as despesas, hoje, cobrindo 84%, o que permitiria que os outros e atuais 16% conseguidos com doações e campanhas, pudessem ser investidos na melhoria do hospital, na compra de novos equipamentos e assim por diante.
PRECISA SEMPRE DE AJUDA
"Há hospitais na Bahia que fecharam porque deviam; e nós podemos fechar por não receber", comenta Maltez Filho destacando que, jamais pensou em fechar o HAM, mas, existe essa situação real porque ninguém consegue manter o equilibrio financeiro sem recursos.
E como o HAM consegue esses 16% e mais ajustar suas salas e equipamentos às novas tecnologias. "Com as nossas campanhas, com a ajuda de 10.150 voluntários que depositam R$10,00/R$20,00; com a ajuda de famílias como a Mariani, a Odebrecht, empresas como a Braskem e outras, que colaboram, adotam reformas físicas e assim vamos sobrevivendo", situa.
Há, ainda, uma ação judicial que tramita na 6ª Vara da Fazenda Pública da cobrança de recursos não repassados ao HAM anos 2013/2014, algo em torno de R$40 milhões a receber; uma ajuda substancial do Programa Sua Nota é um Show de Solidariedade e campanhas permanentes que se faz junto a sociedade.
"Nós motivamos essas campanhas - diz Aristidez - porque o HAM é um hospital da sociedade E necessita da participação abrangente da sociedade".
O CEO do HAM acredita também que o governo do Estado pode dar uma contibuição ao HAM e "nós estamos entrando em entendimento com o governador Rui Costa nessa direção".