Saúde

27 de Julho Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço

Consumo de cigarro, álcool e sexo sem proteção são os principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço
Carolina Campos , Salvador | 20/07/2016 às 14:11
Oncologista Eduardo Moares
Foto: Divulgação

O cigarro e o tabagismo são os principais fatores de risco para o surgimento de tumores de cabeça e pescoço, segundo a Sociedade Brasileira de Cancerologia. A associação dos dois hábitos pode aumentar em até 20 vezes a possibilidade de desenvolver a doença. No dia 27 de julho, comemora-se o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço, data que visa conscientizar a população para a importância dos hábitos saudáveis na prevenção desse tipo de tumor, que deve atingir mais de 40 mil brasileiros em 2016. Segundo o o oncologista , Eduardo Moraes, da equipe médica do NOB (Núcleo de Oncologia da Bahia), é preciso chamar a atenção também para a infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), transmitido via sexo oral sem proteção, que tem sido um dos principais responsáveis pelo câncer de garganta. Além de fatores genéticos, tabagismo, álcool e HPV, os hábitos alimentares, os traumas crônicos causados por próteses dentárias mal adaptadas e a exposição excessiva ao sol sem proteção labial podem desencadear algum câncer de cabeça e pescoço.

Em 2014, a Federação Internacional das Sociedades Oncológicas de Cabeça e Pescoço instituiu o dia 27 de Julho como o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço. O mês de julho foi escolhido para a campanha “Julho Verde”, que conscientiza para os riscos da doença.

O câncer de cabeça e pescoço atinge, principalmente, a boca (céu da boca, língua e gengiva), a faringe (garganta), a laringe (cordas vocais), os seios da face, a cavidade nasal ou a glândula tireoide. Nas mulheres, o câncer mais freqüente nas regiões da cabeça e pescoço é o de tireoide e, nos homens, o câncer de boca, laringe e faringe.

Feridas na boca que não cicatrizam em até três semanas, rouquidão persistente, perda de peso, dificuldade ou dor para mastigar e engolir, alteração da voz, aumento dos gânglios linfáticos ou nódulos no pescoço e mau hálito persistente são sintomas que podem estar associados a algum câncer de cabeça e pescoço. "Ao notar qualquer um desses sintomas, é fundamental que a pessoa vá ao médico o quanto antes. Quando se trata de um tumor, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam consideravelmente as chances de cura", adverte o oncologista Eduardo Moraes. Mais de 90% dos tumores pequenos e localizados são curados.

Não fumar, reduzir o consumo de bebidas alcoolicas, ir ao dentista anualmente, cuidar da higiene bucal e não praticar sexo oral sem proteção são algumas das recomendações para prevenção das neoplasias de cabeça e pescoço.

 

Estimativas do INCA

O INCA estima para o Brasil, no ano de 2016, 11.140 novos casos de câncer da cavidade oral em homens e 4.350 em mulheres. Isso representa um risco estimado de 11,27 casos novos a cada 100 mil homens e 4,21 a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer da cavidade oral em homens é o quarto mais frequente na Região Sudeste (14,58/100 mil). Nas Regiões Nordeste (6,86/100 mil) e Centro-Oeste, ocupa a quinta posição (9,15/100 mil).

Já a estimativa para câncer de esôfago no Brasil, em 2016, é de 7.950 casos novos em homens e 2.860 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 8,04 casos novos a cada 100 mil homens e 2,76 para cada 100 mil mulheres

Em 2016, também dever surgir, no Brasil, 6.360 casos novos de câncer da laringe em homens e 990 em mulheres, segundo estimativa do Instituto. O risco estimado será de 6,43 casos a cada 100 mil homens e de 0,94 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, em homens, o câncer da laringe é o sexto na Região Nordeste (5,18/100 mil).

O câncer de tireoide, segundo estimativa, deve registrar 1.090 casos novos para o sexo masculino e 5.870 para o sexo feminino, com um risco estimado de 1,08 casos a cada 100 mil homens e 5,70 casos a cada 100 mil mulheres. Em homens é o 13º na Região Nordeste (1,68/100 mil) e, nas mulheres, é o sexto mais frequente nas Regiões Nordeste (6,28/100 mil) e Norte (3,09/100 mil).