Evitar a gravidez indesejada faz com que muitas mulheres e os parceiros busquem métodos contraceptivos incluindo cirurgias de laqueadura tubária e a vasectomia. O desconhecimento da população de que no Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana (CEPARH) são realizadas as cirurgias gera a sobra de vagas.
Presidido pelo conceituado médico baiano Elsimar Coutinho, o CEPARH oferece gratuitamente serviços médicos no âmbito do planejamento familiar à população a cerca de 30 anos e, mais recentemente através de um contrato firmado pela Prefeitura de Salvador, para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A contratualização permite a realização de procedimentos clínicos cirúrgicos da contracepção cirúrgica voluntária o que tem beneficiado os soteropolitanos.
Os postos de saúde de Salvador também dispõem de métodos contraceptivos gratuitos para homens e mulheres, que são orientados por equipes multidisciplinares para o uso correto. Após a avaliação médica em conjunto com o paciente é definido o melhor procedimento para cada pessoa que procura as unidades. Quando há a vontade do usuário em realizar a laqueadura e a vasectomia, faz-se o encaminhamento para o CEPARH.
O promotor de vendas Josenildo Santos de Cerqueira, 37, morador de Mirantes de Periperi foi um dos beneficiados. Ele fez uma vasectomia no CEPARH em outubro de 2015 e diz que foi muito bem atendido. “É rápido. Depois ainda fiz os exames pós-operatórios. Tenho três filhos, pago pensão, então me ajudou bastante”.
“As cirurgias de laqueadura tubária e vasectomia pelo SUS no CEPARH foram habilitadas em 2014, ano em que foi celebrado o contrato com a Secretaria Municipal de Salvador (SMS). A instituição é a única no município, habilitada pelo SUS, para realizar cirurgias de contracepção, o que veio preencher uma lacuna que existia na cidade. Traz como benefício uma família programada e a diminuição do aborto clandestino, uma das principais causas de morte de mulheres jovens no Brasil”, explica a consultora do CEPARH, Renilda Barros Dias dos Santos.
O centro tem capacidade de realizar cerca de 400 cirurgias por mês. A média mensal de atendimento baseada nos meses de fevereiro, março e abril deste ano, segundo o setor de regulação municipal, foi de 34 laqueaduras e 48 vasectomias realizadas, ou seja, apenas 20% das vagas ofertadas pelo município para os procedimentos são preenchidas.
Para ter acesso às cirurgias, os pacientes são encaminhados pelos postos de saúde da capital baiana por meio de uma ficha com os dados pessoais (termo de referência), para realizar os seguintes procedimentos: laqueadura tubária e vasectomia, além de outros atendimentos como implantação e retirada de DIU - Dispositivo Intra Uterino, implantes e distribuição de contraceptivos.
A dona de casa Gildete Santos Gonzaga, 28, moradora do Arenoso, procurou o posto do bairro e foi encaminhada para fazer laqueadura no CEPRAH. “Eu fui tão bem tratada lá que indiquei a outras pessoas”, diz grata por ter acesso a um serviço gratuito e a comodidade de ser encaminhada pelo posto municipal na região onde mora.
Os pacientes são atendidos por ordem de chegada, das 7h às 12h, na sede do CEPARH, na Rua Caetano Moura, 35, Federação. Os documentos exigidos para a primeira consulta do planejamento familiar são a carteira de identidade, o cartão do SUS, comprovante de residência e certidão dos filhos.
Atenção básica
Os postos de saúde municipais são responsáveis pelo primeiro atendimento para o planejamento reprodutivo. Além de fornecer métodos contraceptivos, promovem a educação da população para evitar as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
“É muito importante o trabalho de promoção e prevenção nas comunidades e nos postos de saúde municipais, pois estamos vivendo um momento no Brasil em que as DSTs aumentam”, alerta a subcoordenadora da Rede Materno Infantil, Loraine Machado de Sá.
As unidades são responsáveis pela administração do anticoncepcional, tanto injetável quanto o comprimido, além da pílula do dia seguinte. Além disso, promove a conscientização quanto às DST's e distribui os preservativos. Os postos fazem também a inserção do DIU ou encaminham para as unidades de referência.