Saúde

Doenças respiratórias vão ser discutidas em Simpósio, próximo dia 19

Neste período do ano há um aumento de cerca de 40% da incidência de doenças respiratórias alérgicas e infecciosas, favorecido pelas mudanças bruscas de temperatura
Carol Campos ,  Salvador | 11/05/2016 às 09:26
Guilherme Fones
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Com a proximidade do inverno e dos Jogos Olímpicos, medidas preventivas contra as doenças respiratórias devem ser redobradas. Para discutir o assunto, a Associação Bahiana de Medicina (ABM) promove o 2º Simpósio Doenças de Inverno, no próximo dia 19 de maio, na sua sede em Ondina, em Salvador. O Simpósio, coordenado pelo médico Guilhardo Fontes Ribeiro, diretor acadêmico da ABM e coordenador do Serviço de Pneumologia do Hospital Santa Izabel, é dirigido a médicos, residentes e estudantes de medicina. As inscrições são gratuitas e as vagas limitidas. O Simpósio vai abordar temas como prevenção e abordagem das viroses no inverno, pneumonia adquirida na comunidade e alergias respiratórias da estação - prevenção e opções terapêuticas. Informações pelos telefones (71) 2107-9682 ou 3025-9701 ou no site http://www.abmeventos.org.br 

Lavar as mãos com frequência, evitar tapetes e carpete no quarto, fazer a limpeza periódica dos aparelhos de ar condicionado em casa, no carro e no ambiente de trabalho, evitar aglomerações, manter as janelas de casa abertas nos dias de sol, trocar roupas de cama semanalmente, não respirar fumaça de cigarro, hidratar-se e evitar a automedicação são algumas recomendações que podem evitar ou atenuar problemas respiratórios, muito comuns e que tendem a piorar com as mudanças bruscas de temperatura. 

"Neste período do ano há um aumento de cerca de 40% da incidência de doenças respiratórias alérgicas e infecciosas, favorecido pelas mudanças bruscas de temperatura, além disso vamos sediar as Olimpíadas e as aglomerações de pessoas de todo o mundo podem precipitar uma epidamia mais ampla e grave", adverte o pneumologista Guilhardo Fontes Ribeiro. 

"Já estamos vivendo um surto antecipado de H1N1, que obrigou o governo a antecipar a campanha de vacinação também", lembra o especialista. "O melhor meio de prevenção é a vacina contra a gripe", ressalta o médico. 

 

As doenças respiratórias podem ser divididas em alérgicas (rinite, asma e DPOC) e infecciosas (influenza, pneumonia, amigdalite, otite, resfriados, bronquite aguda) embora em certos pacientes ambas as situações estejam presentes, aumentando o risco de complicações e criando um ciclo vicioso. “As alergias favorecem as infecções assim como as infecções, especialmente as virais, agravam as doenças alérgicas”, explica o especialista.             

 

“Durante o inverno, por exemplo, a tuberculose pode ser confundida com infecções respiratórias e, quando o paciente é medicado inadequadamente com antibióticos para infecções respiratórias, a doença pode ficar transitoriamente mascarada, retardando assim o seu diagnóstico correto, aumentando as chances de sequelas, multirresistência e  disseminação da doença”, alerta Guilhardo Fontes. 

Segundo o médico, “o uso frequente da automedicação, principalmente com antitérmicos, anti-inflamatórios, descongestionantes e analgésicos, pode mascarar o quadro clínico de muitas destas doenças, retardando o diagnóstico, além de poder desencadear efeitos colaterais graves”. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 20 mil pessoas morrem no país, anualmente, em decorrência do uso inadequado de medicamentos. 


Em Salvador a taxa de pacientes com rinite alérgica é próxima aos 40% em crianças de 6 a 7 anos, a maior entre as cidades brasileiras. Em adultos jovens de todo Brasil, a taxa fica em 30%, a grande maioria não diagnosticada e tratada, com graves consequências na qualidade de vida. Estima-se que 20 milhões de brasileiros sofram de asma, com mortalidade de três mil pessoas anualmente. “Um absurdo por se tratar de uma morte totalmente evitável”, reflete o médico.  

 


Medidas de Prevenção

 

• Vacinação contra a gripe e pneumonia em crianças, idosos, portadores de doenças crônicas, assim como os cuidadores destes pacientes;

 

• Boa hidratação para evitar ressecamento das mucosas, bastante comum em tempo frio, que favorece infecção e alergias. Nos idosos, há uma diminuição do reflexo da sede, então os líquidos devem ser oferecidos frequentemente;


• Manter o controle de suas doenças crônicas, usar suas medicações regularmente, pois suspender ou reduzi-las sem orientação médica pode implicar no risco de agudização da doença;


• Ter orientação médica por escrito de como proceder no caso de crise, como pode ocorrer com os asmáticos e portadores de DPOC;


• Manter estilo de vida saudável, boa alimentação, abstenção do fumo e álcool; atividade física regular e dormir ao menos sete horas por noite. 


• Evitar ambientes fechados ou ambientes com aglomeração de pessoas, porque os vírus se multiplicam e são transmitidos com mais facilidade nestas circunstâncias de frio e aglomerações;


• Lavar as mãos com frequência e higienização com álcool gel após cumprimentar pessoas gripadas, ter contato com carros de supermercados, apoios de ônibus, de escadas rolantes, etc. (Levar na bolsa álcool gel);


• Crianças gripadas não devem ter contato com os avós durante o período gripal, pois elas são as maiores disseminadoras do vírus da gripe;


• Agasalhar-se adequadamente e evitar mudanças bruscas de temperatura;


• Lembrar-se de lavar as roupas guardadas por longos períodos de tempo, pois podem ser fonte de mofo e ácaros;


• Cuidado com infiltrações de água na residência, principalmente em quartos, pois é uma forte fonte de mofo e alergia;

 

• Limpeza periódica dos aparelhos de ar condicionado na residência, carro e ambiente de trabalho;


• Praticar atividade física regularmente ajuda a reduzir o stress e fortalece o sistema imunológico; 


• Higiene oral rigorosa, para evitar aumento da proliferação bacteriana na orofaringe e posterior aspiração.


• Se o paciente tem algum transtorno na deglutição, procurar especialista, para amenizar o problema, evitando assim pneumonias aspirativas, tão comuns nos idosos e potencialmente grave.


• Usar capas anti-ácaros no colchão e travesseiros e trocar lençóis, cobertores e fronhas semanalmente;

 
•  Evitar ter animais de pelos ou penas dentro de casa;


• Evitar tapetes e carpete no quarto;

 
• Evitar o contato com a fumaça do cigarro;


• Nos dias ensolarados, aproveitar para arejar a casa e o ambiente de trabalho, deixando as janelas abertas para que o ar circule livremente. O sol e o ar evitam a proliferação de vírus e bactérias.