Saúde

Santa Casa de Itabuna revisa condutas para casos suspeitos de H1N1

Todos os profissionais que atuam no PA já estão de posse da máscara N95, compatível com o bloqueio necessário às formas de contágio do vírus
Manuela Berbert , Itabuna | 19/04/2016 às 12:21
Lívia Mendes
Foto: Divulgação

A elevação no número de casos de gripe, do chamado vírus Influenza, em especial a gripe H1N1, somado à antecipação da vacina na rede pública para os grupos prioritários demonstram a necessidade de redobrar a atenção para os cuidados com as formas de contágio. A rapidez com que o vírus circula, já que é transmitido por via respiratória, e a falta de estrutura para abrigar pacientes em uma possível epidemia, já que é necessário estar em isolamento respiratório, já preocupam a equipe médica da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna.

Ainda no último mês, dois casos suspeitos para H1N1 permaneceram internados no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Calixto Midlej Filho, além de outros dois casos suspeitos registrados no Pronto Atendimento somente na última semana. “Em um determinado momento, precisamos suspender o atendimento para evitar que mais pessoas mantivessem contato com este caso suspeito. Todas as suspeitas são notificadas à Vigilância Epidemiológica do Município, que acompanha os desdobramentos”, declarou a médica coordenadora do PA do HCMF, Dra. Lívia Mendes Bomfim.

Neste contexto, a instituição reforçou ações de educação continuada junto aos profissionais de saúde, com palestras sobre formas de contágio, importância da higienização preventiva, além de desfazer mitos e tirar dúvidas sobre a doença. Todos os profissionais que atuam no PA já estão de posse da máscara N95, compatível com o bloqueio necessário às formas de contágio do vírus.

Para o cliente

Sobre o atendimento prestado aos pacientes com suspeita para o H1N1, a equipe médica atua fundamentada no Protocolo de Assistência para Manejo da H1N1, documento atualizado e disseminado junto à equipe da assistência, com detalhamento das condições e fatores de risco para complicações. A gripe H1N1 diferencia-se das demais viroses gripais pela intensidade dos sintomas, dores insuportáveis, febre de início súbito e sempre associados a tosse seca e dor de garganta. “Caracterizada a suspeita, o médico prescreve o antiviral, chamado Tamiflu, cujo tratamento completo está sendo distribuído pelo município na sede do Cepron, na Beira Rio, de segunda a sexta até 13 horas. É extremamente importante que seja feita a primeira dose dentro das primeiras 48 horas de sintomas”, enfatizou Dra. Lívia.

Em geral, não se identificando agravamento da doença, nem mesmo a presença de fatores de risco que podem gerar um agravamento súbito, os pacientes são liberados com orientação sobre prevenção ao contágio e receita médica para iniciar o tratamento em casa. “É comum as pessoas imaginarem que suspeita de H1N1 deva ficar internado e não é assim. A orientação do próprio Ministério da Saúde é que estes pacientes que não tenham complicação e não estejam no grupo de risco sejam orientados para fazer a medicação em casa, onde deverá permanecer em vigilância para qualquer sinal de piora do quadro”, declarou.

 

Fatores de risco

  • Grávidas em qualquer idade gestacional;
  • Puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal);
  • Adultos maior de 60 anos e crianças menores de 2 anos; População indígena;
  • Pneumopatias (incluindo asma); Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica); Nefropatias; Hepatopatias; Doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus descompensado);
  • Transtornos neurológicos que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, Síndrome de Down, atraso de desenvolvimento, AVC ou doenças neuromusculares);
  • Imunossupressão (incluindo medicamentosa ou pelo vírus da imunodeficiência humana);
  • Obesidade (Índice de Massa Corporal – IMC ≥ 40 em adultos);
  • Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado com ácido acetilsalicílico (risco de Síndrome de Reye).