Saúde

Rapidez no diagnóstico facilita tratamento de pacientes com AVC

Com informações da Secom
Secom , Salvador | 17/04/2016 às 14:04
Paciente
Foto: Carla Ornelas
Principal causa de morte no Brasil e segunda no mundo, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) acomete uma em cada seis pessoas ao longo da vida. Hipertensos, diabéticos, tabagistas, consumidores de bebida alcoólica, sedentários e obesos estão entre as pessoas propensas  ao desenvolvimento da doença. Criada em maio de 2012, a unidade especializada do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em Salvador, é referência no atendimento a pacientes, que chegam com sintomas de AVC, classificado como isquêmico ou hemorrágico.


Neurologistas na Unidade de Acidente Vascular Cerebral (UAVC) do hospital, Daniel Farias, explica que o AVC isquêmico ocorre quando o entupimento do vaso sanguíneo deixa de enviar sangue ao cérebro. Já no tipo hemorrágico há o rompimento do vaso. “Pacientes  com AVC isquêmico podem ser submetidos ao tratamento trombolítico, em que a medicação é injetada na veia e percorre todo o corpo. Onde há coágulos, a medicação os dissolve e restitui o fluxo sanguíneo cerebral normalmente”.

Reestruturação da classificação de risco


Conforme o especialista, o êxito do tratamento trombolítico, portanto, é ampliado quando o medicamento é ministrado num intervalo inferior a quatro horas e meia do início dos primeiros sintomas. Desde maio de 2015, a ação ganhou reforço com a reestruturação  da classificação de risco na emergência do Hospital Roberto Santos. “As pessoas que chegam ao hospital são classificadas por uma equipe de enfermeiros. [Eles] conseguem identificar rapidamente se a pessoa está tendo um AVC e, com isso, a unidade [de Acidente  Vascular Cerebral] é acionada. Conseguimos atender maior número de pessoas graças ao diagnóstico rápido realizado na emergência”, explicou o médico.


De acordo com a enfermeira e coordenadora da UAVC, Ludimila Muniz, em 2014, foram ‘trombolizados’ 53 pacientes. Em 2015, a reestruturação do atendimento com classificação de risco contribuiu para que o número quase dobrasse, chegando a 94 pacientes. “Nossos  números têm avançado bastante. De 1º de janeiro até 15 de abril deste ano 42 pessoas realizaram o tratamento trombolítico na unidade”. A expectativa é que, até o final do ano, 140 pessoas realizem o tratamento na UAVC. Se esta marca for alcançada, o aumento
 do número de pacientes submetidos ao procedimento na unidade poderá representar 250%.

'A equipe médica me tratou muito bem'


Equipado com aparelhos de alta tecnologia e uma equipe multidisciplinar composta por neurologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fonoaudiólogos e assistentes sociais, a Unidade de AVC do Hospital Roberto Santos possui 17 leitos, um deles  ocupado pela aposentada Maria Izabel Palma.


Aos 64 anos, ela sentiu tontura na manhã de quinta-feira (14) e foi encaminhada à unidade hospitalar. Ao passar pela avaliação de enfermeiros na Classificação de Risco, a paciente foi submetida ao tratamento trombolítico e passa bem. “Cheguei sem falar, praticamente  sem movimentos. Não conseguia ficar em pé. Me trouxeram para este pavilhão. Fui logo atendida. A equipe médica é excelente, me tratou muito bem”.