Saúde

Incidência de tuberculose em Salvador é a maior entre cidades baianas

No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24 de março, especialista dá orientação sobre como evitar a doença
Cárdio Pulmonar Comunicação , Salvador | 22/03/2016 às 19:32

A tuberculose acomete 9,6 milhões de pessoas a cada ano no mundo. Na Bahia, são registrados 5 mil novos casos por ano da doença, segundo dados do Ministério da Saúde. No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24 de março, a pneumologista Eliana Matos, especialista no tratamento da doença, alerta para o alto índice de incidência da doença em Salvador, cuja ocorrência é duas vezes maior do que nas demais cidades do estado. Este coeficiente de incidência é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dividindo os casos novos pelo número de habitantes.

“A tuberculose é uma doença cuja propagação se dá por via aérea e tem prevalência em grandes conglomerados urbanos, sobretudo, entre pacientes de classes menos favorecidas”, explicou a pneumologista do Hospital Cárdio Pulmonar. A doença está ligada diretamente às más condições de vida e aglomeração de pessoas e Salvador, com alta densidade demográfica, é uma cidade com um cinturão de periferia com condições inadequadas de habitação, pouco ventiladas, pouco iluminadas, o que favorece a sua disseminação, como destaca Eliana Matos.

A tuberculose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada de Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch e é muito famosa pelo seu acometimento pulmonar (tuberculose pulmonar).

Um dos fatores de risco para a aquisição da doença é a co-infecção pelo vírus da Aids e outras condições que reduzem a imunidade do paciente como transplantes, insuficiência real e uso de medicamentos que afetam o sistema imunológico.

"Nem todas as pessoas que entram em contato com o bacilo vão desenvolver a tuberculose ativa e alguns permanecerão com a bactéria adormecida no organismo. A bactéria pode ficar alojada durante anos em qualquer parte do corpo, como cérebro, meninge, rins, intestinos, coração, linfonodos, ossos, etc., apenas à espera de uma queda no sistema imune para voltar a multiplicar-se", orienta.

Por isso, a médica alerta que a detecção da tuberculose latente é muito importante para o indivíduo evitar os sintomas e consequências da doença. “Esse diagnóstico é realizado por meio de exame clínico, radiografia de tórax (para afastar doença ativa) e teste tuberculínico”, disse Eliana Matos.

A pneumologista esclarece ainda que o paciente que já desenvolveu a doença também deve procurar logo atendimento clínico tanto para o seu tratamento quanto para evitar o contágio de outras pessoas. “Iniciado o tratamento, quando o teste de escarro tiver resultado negativo esse paciente já não é mais capaz de transmitir a doença e pode voltar às suas atividades normais”, explicou. Antes disso, o paciente leva, em média, 15 dias com maior risco potencial de transmitir a doença.

Eliana Matos destaca que o paciente que teve tuberculose deve ter um acompanhamento clínico após a cura. “O paciente tem que fazer um acompanhamento por no mínimo cinco anos. Alguns bacilos podem ficar adormecidos aguardando uma alteração do sistema imunológico para se manifestar”, esclareceu.