“Estava quase cega, só via uma névoa branca, não conseguia detalhar os rostos de ninguém. Era como se tivesse uma nuvem no olho”, descreve ANFF, 63 anos, artesã, primeira paciente a ser submetida a uma cirurgia de retina na cidade de Ilhéus. Graças ao procedimento, realizado no fim do ano passado pelo oftalmologista Igor Sandes no Cenoe Hospital de Olhos, através do Sistema Único de Saúde (SUS), a paciente voltou a enxergar.
“Hoje eu enxergo tudo, leio. Antes eu já não lia. Eu não conseguia escrever meu nome e tinha vergonha de sair porque eu não enxergava. Agora ando sozinha e faço tudo. Estou muito feliz”, relata a artesã, que apresentava uma baixa visual grave devido à hemorragia vítrea e descolamento de retina, ambos causados pelo diabetes. O vítreo é uma espécie de "gelatina transparente" que preenche a parte interna do nosso olho e encontra-se em contato com a superfície da retina.
Por conta dos problemas no vítreo antes da cirurgia, ela enxergava apenas vultos. Após passar pelo procedimento, a paciente recuperou quase toda visão. “Hoje eu escrevo, vejo televisão, enxergo bem pra longe e consigo andar sem os óculos. Estou enxergando tudo”, comemora a paciente.
Tecnologia avançada – A evolução de diversas técnicas cirúrgicas abriu novas possibilidades de tratamento e cura para doenças vítreas, lesões e descolamentos de retina. O Cenoe Hospital de Olhos foi pioneiro neste procedimento na cidade de Ilhéus, realizando em ANFF a vitrectomia, com remoção da hemorragia, liberação das trações retinianas e aplicação de um laser corretor. “Nesta cirurgia, utilizamos um aparelho chamado de vitreófago. Com ele, é possível fazer três pequenas incisões no olho, sem a necessidade de suturas”, explica Igor, especialista em retina clínica e cirúrgica e responsável pelo procedimento. A técnica utilizada pelo Cenoe permite maior segurança, tornando a cirurgia mais rápida e com menos riscos de complicações.
“Os pacientes com problemas avançados muitas vezes não obtêm melhora da visão, mas garantem a estabilização do quadro, evitando assim a perda completa e irreversível”, informa Sandes. No caso da paciente ANFF, ela não apenas estabilizou o quadro da retinopatia diabética, como conseguiu recuperar quase toda a visão. A paciente, que chegou a ficar afastada das suas atividades trabalhistas por um mês, hoje consegue ter uma vida normal. “Graças a Deus, ocorreu tudo bem. Eu fui muito bem tratada no Cenoe, os médicos são excelentes, atenciosos. Estou muito feliz mesmo”, elogia.