Saúde

Pandemia mundial de zika está em progressão, diz infectologista

Afirmação é da infectologista Maria da Glória Lima Cruz Teixeira
Secom , Feira de Santana | 04/03/2016 às 19:56
Palestra em Feira de Santana
Foto: Vinicius Gomes
O mundo está em progressão para uma pandemia de zika vírus. A afirmação é da infectologista Maria da Glória Lima Cruz Teixeira (do Instituto de Saúde Coletiva/UFBA), uma das palestrantes de um seminário realizado pela Secretaria de Saúde de Feira de Santana, na manhã desta sexta-feira, 4, no Auditório Dr. João Batista de Cerqueira, para profissionais da rede municipal e estudantes da área de saúde. Ela falou sobre o tema “Epidemiologia do vírus zika no brasil e no mundo, desafios e perspectivas”.
 
Ela disse que Feira de Santana contribuiu muito em busca do conhecimento sobre o que ala definiu de “tríplice epidemia” – dengue, chikungunya e vírus zika. Mas ela considera as doenças de difícil controle. O combate à reprodução do aedes consiste em treinamento para avaliar os pacientes e a comunidade ter consciência da importância do trabalho de prevenção. Para ela, o epicentro da doença, em termos mundiais, é o Brasil, e no país, o nordeste.
 
Maria da Glória Lima Cruz Teixeira ainda afirmou que a zika é a hipótese mais robusta sobre a epidemia de microcefalia e que ainda não são conhecidas todas as formas de transmissão da doença. Outro ponto abordado pela médica é a dificuldade de diagosticá-la por meio de exame de sangue, porque “o vírus passa muito rapidamente pelo sangue. Ela fez um relato sobre a evolução da doença no mundo e que possivelmente os primeiros casos da doença no país apareceram em Pernambuco, em 2014, em na Bahia, em Ilhéus.   
 
Ela ainda afirmou que todos os esforços para combater o mosquito se mostra insuficientes. “Reduz a infestação mas não elimina a infestação viral”. Orientou, também, que as mulheres que desejam engravidar devem adiar um pouco mais esta realização. “O momento não é encorajador ou adequado para engravidar”.
 
A secretária de Saúde, Denise Mascarenhas, afirmou que o município não se eximiu das suas responsabilidades no combate às doenças transmitidas pelo aedes aegypti. “Este  combate é feito diariamente, tanto na eliminação do inseto, das larvas e na orientação das pessoas”. Para ela, os moradores de Feira devem participar ainda mais ativamente destas batalhas diárias.
 
A outra palestrante, a infectopediatra Normeide Pedreira (da Secretaria Municipal de Saúde/UEFS), abordou "Síndrome congênita pelo vírus zika e atenção à criança", que falou sobre formas de transmissão das doenças da mãe para o filho, entre elas a intrauterina e durante o parto. Com relação à epidemia, afirmou que as autoridades do setor não sabem a quantidade de pessoas contaminadas com o vírus da zika.