Secretário de Saúde Fábio Vilas Boas foi contestado pelas imagens
ASCOM DEM e Redação , Salvador |
29/02/2016 às 11:02
Fantástico mostra situação critica da saúde pública na Bahia
Foto: REP
O presidente do Democratas de Salvador, Heraldo Rocha, médico pediatra, diagnosticou como falta de gestão continuada do governo do PT na Bahia nos últimos nove anos como a principal causa das cenas dantescas mostradas ontem pelo Fantástico na maternidade Climério de Oliveira, mantida pelo estado. Mulheres em trabalho de parto se acomodavam em cadeiras. Uma delas foi entrevistada pela repórter Cristina Serra. "Isso é resultado da concentração de recursos hospitalares no estado. Esses recursos não transitam pelo Fundo Municipal de Saúde. Por isso que o investimento per capita de Salvador é tão baixo", explicou Heraldo Rocha.
Questionado pela repórter do Fantástico sobre a situação de crise nas maternidades, o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas foi peremptório e, desmentido pelas imagens, disse que à repórter que não "teria visto" as cenas sobre o colapso no sistema . "Não existe colapso nem existe crise no sistema de saúde da Bahia", disse Viilas-Boas. "Fábio tentou negar a realidade, mas as imagens da maternidade são chocantes", enfatizou Heraldo Rocha. "Enquanto a Climério está lotada, a maternidade José Maria de Magalhães funciona com 50% da capacidade e o Hospital José Batista Caribé não atende", acrescentou o democrata.
Heraldo Rocha continuou: "Hoje, se ativarmos os 40 leitos desativados da José Maria mais 60 do João Batista teríamos mil partos por mês. Há capacidade instalada sim. Hoje, além de enfrentar o drama da zika, as mulheres baianas, as mais necessitadas, têm que parir muitas vezes nas calçadas das maternidades por incompetência do governo Rui Costa do PT. Isso é crueldade", ressaltou.
BAHIA É QUEM MENOS GASTA
O Fantástico apresentou um estudo inédito feito pelo Conselho Federal de Medicina, junto com a ONG Contas Aberta: um levantamento nacional sobre os gastos per capita com saúde pelo poder público nas cidades Brasileiras em 2014.
Se considerarmos o Brasil todo, o gasto do poder público em saúde por habitante é de R3,89, por dia. Ao ano, pouco mais de R$1.419,84.
Proporcionalmente, Salvador é a capital que menos gasta com a saúde de seus habitantes no Brasil. A capital que mais gasta é Brasília. Mas mesmo gastos maiores não resultam em melhoria do atendimento à população.