Cefaleia e irritabilidade excessiva são alguns dos prejuízos causados pelos distúrbios respiratórios do sono. Saiba como evitá-los
Lume , Salvador |
30/12/2015 às 12:58
Dormir bem tem sido privilégio para poucos no Brasil. O mais recente estudo epidemiológico do Instituto do Sono de São Paulo revela que 32,8% dos brasileiros possuem a Apneia Obstrutiva do Sono e, segundo o livro “Medicina e Biologia do Sono” do mesmo instituto, 42% da população com idade superior a 65 anos sofrem com esse distúrbio. De acordo com Andréa Barral, pneumologista e coordenadora do Laboratório do Sono do Hospital São Rafael, a Apneia Obstrutiva é o principal distúrbio respiratório do sono, seguido da Hipoventilação.
A Apneia Obstrutiva ocorre devido a um relaxamento e fechamento da via aérea superior, ocasionados principalmente por fatores como o avançar da idade, sedentarismo, ganho de peso e alterações hormonais, por exemplo, a menopausa; já a Hipoventilação acontece quando a ventilação, ou seja, a quantidade de ar que entra, é inadequada para realizar a troca de gases nos pulmões. Por exemplo, na restrição pulmonar por obesidade ou fraqueza muscular, das doenças neuromusculares.
Além desses mais comuns, os idosos estão suscetíveis a desenvolver outros distúrbios, como insônia, síndrome das pernas inquietas e Distúrbio Comportamental do Sono REM, caracterizado por pesadelos nos quais a pessoa grita, chora, dá socos ou pontapés.
Durante a noite, os principais sintomas são ronco, engasgos, despertar ressucitativo, apneias presenciadas pelo companheiro de quarto, aumento da vontade de urinar, sono fragmentado e insônia. Já pela manhã, os indícios podem ser ainda mais graves, como o cansaço ao despertar, sonolência excessiva, cefaleia, irritabilidade e mau humor, além dos déficits de concentração, atenção e memória.
Tratamento adequado
Algumas mudanças de comportamento podem ser suficientes para a melhora da qualidade do sono, como parar de fumar e praticar exercícios físicos regularmente. No entanto é importante procurar um médico especializado para obter um diagnóstico mais preciso e fazer o tratamento correto.
Segundo Andrea Barral, um dos principais exames é a polissonografia, na qual o paciente dorme uma noite no hospital e são colados eletrodos na cabeça, face, tronco e pernas para registrar as variáveis fisiológicas através do sono espontâneo, além do uso do oxímetro, que mede indiretamente a quantidade de oxigênio no sangue.
Implicações para a saúde
Se não for tratada corretamente, a apneia do sono pode levar a complicações cardiovasculares e metabólicas, além de provocar HAS (hipertensão arterial sistêmica), arritmias, Infarto, AVC (acidente vascular cerebral), intolerância a glicose, entre outros. “É importante que as pessoas entendam que sono não é perda de tempo. É necessário e importante para qualidade de vida,” afirma a especialista.
No Hospital São Rafael, os pacientes podem contar com a polissonografia padrão ouro, na qual é feita a monitorização completa a nível hospitalar, com o laudo manual realizado por médico especialista em sono.