A Organização Mundial da Saúde divulgou nesta quarta-feira (28), números alarmantes sobre tuberculose. Somente em 2014, a doença fez 1,5 milhão de vítimas fatais em todo o mundo. Embora os números sejam assustadores, o relatório indica que nos últimos 15 anos cerca de 43 milhões de vidas foram salvas por conta dos avanços na prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Ainda segundo os dados da OMS, 9,6 milhões de casos foram detectados, 54% concentrados nos países da China, Indonésia, Índia, Paquistão e Nigéria. No Brasil, cerca de 70 mil casos são registrados por ano, segundo o Ministério da Saúde.
De acordo com a especialista em imunização, Tharita Teixeira, do Centro de Vacinação Imuniza, o alto índice de casos é um reflexo do investimento em diagnóstico feito no país. "O Brasil já conta com métodos mais eficazes de detecção de casos, portanto, casos que antigamente não eram contabilizados hoje estão sendo notificados corretamente", revela. No entanto, Tharita também atribui o alto número à negligência da população em relação à vacina. "A dose da BCG é única e deve ser ministrada até um mês após o nascimento da criança. Em alguns casos, a cicatrização vacinal não ocorre da forma esperada e a vacina deve ser reaplicada após seis meses, porém, nem sempre os pais voltam à unidade de saúde, além da recusa para fazer a imunização", alerta.
Sintomas e tratamento
Alguns pacientes não apresentam todos os sintomas comuns à tuberculose, contudo, é preciso estar atento aos sinais. Segundo o pneumologista Jorge Benevides, do Hapvida Saúde, a maioria dos infectados sente cansaço excessivo, palidez, febre baixa vespertina, tosse seca no início, evoluindo para tosse com secreção, rouquidão, emagrecimento e, nos casos mais graves, presença de pus ou sangue na tosse, dificuldade na respiração, pus na pleura e colapso do pulmão. "A transmissão da tuberculose é feita através de gotículas de saliva expelidas em tosses e espirros e uso de objetos pessoais que contenham saliva contaminada, como talheres e copos", explica.
O tratamento da doença é 100% eficaz e feito através de antibióticos, mas a disciplina é essencial nesse período. "A cura existe, mas leva em média seis meses e, quando acomete outros órgãos, de um ano e meio a dois. Por isso, muitos pacientes acabam abandonando o uso de antibióticos antes do tempo", finaliza, dr. Benevides.