Saúde

Técnica minimamente invasiva diminui riscos de cirurgias cardíacas

Reconhecida internacionalmente, modalidade é desenvolvida na Bahia pelo cirurgião cardiovascular Wanewman Andrade
Comunicação Cardio Pulmonar , Salvador | 28/10/2015 às 17:02
Wanewman Andrade
Foto: Divulgação

Rápida recuperação do paciente, redução do tempo de internamento com consequente queda do risco de infecção, melhor resultado estético em relação à cirurgia convencional, além da diminuição significativa do tamanho da incisão, que passa de 23 cm para algo entre 4 e 6 cm. Essas são algumas das vantagens da cirurgia cardíaca minimamente invasiva videoassistida quando comparada à cirurgia tradicional.

A técnica começou a ser desenvolvida nos Estados Unidos e Europa desde a segunda metade da década de 80, e já é amplamente utilizada para tratar inúmeras doenças do coração. “Muitas universidades americanas e europeias possuem um programa de cirurgia cardíaca minimamente invasiva, seja videoassistida ou robótica”, destaca o cirurgião cardiovascular Wanewman Andrade, que está à frente do Serviço de Cirurgia Cardiovascular do Hospital Cárdio Pulmonar e é o único especialista nesta técnica na Bahia.

O cirurgião chama a atenção para a receptividade ao procedimento fora do Brasil. “Aqui, por ser uma técnica que exige a aquisição de materiais mais caros e especialização específica, ainda não é tão disseminada, mas o reconhecimento ao redor do mundo é incontestável. Com o aprimoramento da técnica e o refinamento de procedimentos ecocardiográficos e de circulação extracorpórea na sala de cirurgia se torna cada vez mais segura e efetiva a utilização desta técnica. Na Bahia, já temos também um histórico muito bom”, disse dr. Wanewman, que já realizou mais de 150 procedimentos com excelentes resultados.

O especialista ressalta, ainda, que a Sociedade Internacional para Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva (ISMICS), da qual faz parte desde 2009, e que reúne médicos de várias partes do mundo, foi criada há mais de 15 anos.

 

Ganhos

O cirurgião acrescenta que a maioria dos pacientes retorna precocemente às atividades físicas e de trabalho, já que neste tipo de procedimento não é necessária a abertura do osso esterno, deixando de haver fratura óssea. A incisão é feita entre as costelas ou parcial do esterno, ficando a cicatriz quase imperceptível. “Em alguns casos, 15 dias após procedimento, o paciente pode voltar a trabalhar e até dirigir”, diz.

Apesar de ser considerada uma técnica revolucionária do ponto de vista da recuperação do paciente, a indicação da cirurgia cardíaca minimamente invasiva, que pode ser usada para tratar casos muito graves, depende de uma avaliação minuciosa que deve ser feita pelo cirurgião.

“É importante esclarecer também que, mesmo indicada para a maioria dos casos, a técnica não minimiza a gravidade das doenças do coração e não reduz os riscos inerentes a uma cirurgia cardíaca”, diz o médico.