Promover ações que incentivem a população e capacitem os profissionais de saúde para multiplicar o número de doação de órgãos na Bahia é o objetivo da Política Estadual de Incentivo à Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes, lançado pelo governador Rui Costa, na manhã desta terça-feira (22), no auditório da Secretaria de Educação, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Para isso, mais de R$ 10 milhões serão investidos, por ano, para alavancar desde a doação, passando pela captação, chegando até a fase de acompanhamento antes e depois dos transplantes para os pacientes – os quatro pilares do plano estadual. A ideia é que os recursos sejam utilizados, entre outras áreas, para reduzir as dificuldades na realização de transplantes, incluindo estímulo financeiro às equipes médicas e hospitais, até o investimento em equipamentos, exames e medicamentos de alto custo na capital e interior.
Durante a cerimônia de lançamento do plano estadual, o governador falou sobre o que classificou como mais uma das ações para desenvolver a saúde na Bahia. "Eu acredito que com determinação e trabalho todos os desafios podem ser superados. Esse ano, em termos de recursos, está muito difícil para a Bahia, mas aqui queremos fazer mais e melhor, gastando menos, e por isso estamos apostando nessa iniciativa. Primeiro porque daremos qualidade de vida a milhares de pessoas, mas como se isso tudo não bastasse, vamos reduzir o custo de tratamentos, com o transplante. Depois de um cerca de um ano, cada transplante realizado vai significar redução do custo de tratamento. Queremos expandir a estrutura transplantadora cada vez mais e, além da rede pública, vamos incentivar a realização de parcerias com a rede privada para quem queira disponibilizar sua estrutura para esses procedimentos", destacou Rui, que afirmou acreditar que a falta de recursos será superada com as estratégias corretas, que, além de economia, promovem qualidade e melhoria de vida do povo baiano.
Atualmente, dois mil baianos estão na fila de espera por um transplante de órgão, mas a ideia é reduzir e, no caso de alguns órgãos, como a córnea, zerar essa fila de espera. Para o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, sociedade, pacientes e profissionais da área estão envolvidos no plano e são fundamentais para o desenvolvimento e sucesso dessas ações. "Com a participação de todos, vamos eliminar os impasses para a doação e transplantes, sejam eles educacionais, técnicos, de capacitação ou estrutural. Estamos apoiando as equipes médicas e os pacientes com estrutura e com medicação e iremos eliminar os atuais impedimentos para que quem precisa receba assistência. É uma política inovadora e única no Brasil, que vai alavancar e transformar a Bahia numa pátria transplantadora", falou.
O objetivo é desenvolver essas atividades no estado em um curto prazo, cerca de um ano. Entre as metas estão as de triplicar a doação e o transplante de córnea no primeiro ano; dobrar a doação de órgãos sólidos no primeiro ano; além de aumentar em 50% o número de transplantes de órgãos sólidos a partir do ano que vem e nos anos seguintes, até zerar a fila de espera. Além de aumentar a quantidade de transplantes, a política estadual ainda deve realizar procedimentos que não estavam sendo feitos na Bahia, como os transplantes de coração, desativado desde 2009. De acordo com o secretário Fábio Vilas-Boas, até o final deste ano, o primeiro procedimento de coração acontecerá no Hospital Ana Nery.