Salvador e Região Metropolitana registraram nos últimos 10 anos 460 mortes por asma, sendo a maioria dos óbitos em postos de saúde onde as vítimas buscavam por socorro. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (18) pelo presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), José Carlos Perini, na abertura do 13º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia em Pediatria (Alergoped 2015), que vai até sábado (20), no Bahia Othon, em Ondina.
Segundo ele, já existem medicamentos ofertados gratuitamente em farmácias populares do país para tratamento da doença, mas apenas 10% a 13% da população utilizam os recursos. Perini acrescenta que a baixa procura é resultado da “falta de habilitação de muitos profissionais de saúde, que sequer sabem do benefício”.
O encontro, promovido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em parceria com a Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), reforça a importância da educação continuada de pediatras, através da atualização de conhecimento e práticas clínicas no diagnóstico e tratamento das patologias em crianças e adolescentes. O congresso reúne professores da Bahia, de outros estados e de fora do país.
Para o presidente da Sobape, dr. Fernando Barreiro, “esse encontro dá início a uma nova era de melhor atenção à saúde infantil no país”. A presidente do 13º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia em Pediatria, dra. Hermila Guedes, destacou o número expressivo de mais de 800 participantes e o alto nível dos conteúdos abordados nas aulas.
O presidente da SBP, Eduardo Vaz, alertou para a importância das políticas públicas em saúde e destacou que a sociedade está em contato com o Ministério da Educação para melhorar a qualificação dos profissionais da área de alergia e imunologia que atuam na assistência.
Diagnóstico tardio
Outro dado apresentado na abertura do Alergoped 2015 indica que ainda é tardio o tempo de diagnóstico em alergias e doenças respiratórias no Brasil, o que varia entre sete a oito anos após o começo das doenças.
Para dr. Pérsio Roxo, presidente do Departamento de Alergia e Imunologia da SBP, o problema decorre de “falta de políticas públicas” nas especialidades. Ele lembrou o pioneirismo de Salvador na qualificação de pediatras nas especialidades, sendo a primeira cidade do Brasil a receber cursos de atualização em 2011. Desde então, 65 pediatras foram titulados pela SBP em cursos itinerantes.
Também participaram da mesa de abertura do Alergoped 2015 o coordenador de congressos e simpósios da SBP, dr. Luiz Anderson Lopes, o presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), José Abelardo Garcia de Meneses, e o presidente da ASBAI Bahia, dr. José Carlison de Oliveira.
Mais informações: www.alergoped2015.com.br