Programação segue até sexta (19), das 8h às 18h, na sede da Sobape, na Pituba
Ascom Sobape , Salvador |
17/09/2014 às 20:07
Dra Amira Consuelo durante sua fala
Foto: Gilberto Júnior
A Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) realiza desta quarta (17) até sexta-feira (19) o 1º Curso de Vigilância do Desenvolvimento Infantil em Salvador. O treinamento teórico-prático reúne médicos, pediatras, psicólogos, fisioterapeutas e residentes de pediatria, e visa ampliar o conhecimento de como investigar e tratar melhor as variações do desenvolvimento da criança.
O treinamento acontece no auditório da Sobape, na Avenida Magalhães Neto, Pituba, e é feito pela especialista em Desenvolvimento Infantil e professora de pediatria da Universidade Federal do Pará (Ufpa), Amira Consuelo, e pela pediatra baiana consultora do Ministério da Saúde em Aleitamento Materno, Margareth Hamdan.
Pioneira no serviço de atenção ao desenvolvimento no estado do Pará, dra. Amira Consuelo compartilhou resultado de pesquisas e experiências do trabalho realizado no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza em parceria com a Unicef, que virou referência em educação e assistência de promoção do desenvolvimento no país.
Já na Bahia, segundo a coordenadora do Departamento de Comportamento e Desenvolvimento Infantil da Sobape, a pediatra Rozana Teixeira, existe muita desinformação, pouca organização do sistema público de saúde e poucos centros de referência para atender os pacientes.
De acordo com a coordenadora de política transversais da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), Liana Figueiredo, a “Rede de cuidados à pessoa com deficiência”, ainda em implantação, oferece sete unidades para atendimento exclusivo de deficiência intelectual e três para reabilitação física em Salvador.
DIAGNÓTICO TARDIO e FATORES DE RISCO
Dra. Amira Consuelo explica que a maioria das crianças não passa por triagem do desenvolvimento no tempo considerado ideal, de 3,9 meses de vida. Em casos mais graves, a avaliação só é feita quando os distúrbios de desenvolvimento e comportamento interferem no rendimento escolar.
Além de fatores biológicos, como prematuridade, hospitalização no período neonatal, ausência ou pré-natal incompleto e doenças graves, o ambiente sócio-familiar cercado por violência, abusos, drogas, depressão e estresse liberam substâncias no cérebro da criança que provocam distúrbios de conduta e até patologias físicas.
"Os transtornos de comportamento que não vêm para o pediatra vão parar na polícia", alertou dra. Amira, ao ressaltar que os cuidados com crianças que têm alteração no desenvolvimento são garantidos por lei e reafirmados na Declaração Universal dos Direitos da Criança, de 1959, e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
PRÁTICA
No último dia do curso, sexta-feira (19), os profissionais terão atividade prática durante uma visita para avaliação de crianças do Centro Municipal de Educação Infantil Ieda Barradas Carneiro, localizado na Avenida ACM.