Saúde

Disfunção Erétil atinge quase 50% dos baianos com mais de 40 anos

Veja como tratar
Clínica do Homem , Salvador | 27/08/2014 às 10:54
A Disfunção Erétil (DE) foi diagnosticada em 48% dos homens baianos na faixa etária entre 40 e 70 anos atendidos na Clínica do Homem (CH, em Salvador, nos últimos 12 meses. Destes 44% são hipertensos, 20% têm diabetes e 26% apresentam algum tipo de dislipidemia (taxas elevadas de colesterol ruim LDL). Estes dados, que servem como uma amostragem da saúde masculina na capital baiana, apontam para a estreita relação entre a DE e a síndrome metabólica, definida como uma associação de fatores de risco que amplia (e muito) o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, entre as quais o infarto cardíaco, o acidente vascular cerebral (AVC) e a morte súbita.

     A DE se caracteriza pela recorrência de episódios em que o homem não consegue atingir uma ereção suficiente para que exista a penetração e a relação sexual completa. Já a síndrome metabólica considera a associação de pelo menos três fatores de risco cardiovasculares, como obesidade abdominal, resistência à insulina, hipertensão, triglicérides alto ou baixos níveis de “bom” colesterol HDL. Os fatores que caracterizam a síndrome metabólica influenciam consideravelmente a função erétil e estão associados a níveis de testosterona menores do que o normal.

     “De 100% dos pacientes com mais de 40 anos que atendemos na Clínica, 62% são acometidos por escassez de testosterona ou deficiência androgênica do envelhecimento masculino (DAEM), também conhecida como andropausa. Destes, 29% apresentam problemas de ereção”, conta o urologista, especialista em andrologia, Francisco Costa Neto (CRM-BA 9264 | RQE 116427).

A testosterona cumpre um papel importante no desenvolvimento e na manutenção dos ossos e da massa muscular, sendo determinante do metabolismo da glicose e dos lipídios. Além disso, é um fator essencial na libido e tem efeito nos substratos da ereção. O homem adulto produz cerca de 7mg deste hormônio todos os dias. A partir dos 40 anos, em média, ele começa a perder cerca de 1% de testosterona livre ao ano. A total permanece estável até por volta dos 50 anos, quando também começa a cair, a uma taxa de 0,5% a 0,8% ao ano. “Quando há sintomas associados com os níveis sanguíneos reduzidos desse hormônio, recomenda-se a reposição hormonal”, diz Neto, diretor da CH.

     Os sinais mais comuns são sonolência, desânimo, tristeza, melancolia, diminuição da concentração para o trabalho, déficit de memória, diminuição da libido e das ereções matinais espontâneas, dificuldade de ter ou manter a ereção e de fazer longas caminhadas, entre outros.  Esses sintomas caracterizam a deficiência androgênica do envelhecimento masculino (DAEM), também conhecida como andropausa.

Prevenção

Segundo o médico, a melhor forma de prevenir a síndrome metabólica, a DAEM e, consequentemente, a Disfunção Erétil, é manter uma alimentação adequada, rica em frutas, verduras e legumes, e pobre em gordura, açúcar e sal. Os exercícios físicos também são fundamentais. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que se pratique 30 minutos de atividade física pelo menos cinco vezes por semana.

“Quem desenvolve a síndrome, em princípio, não tem sintomas que possam sugerir uma visita ao médico. Quando os sinais começam a aparecer é porque a doença está em estágio avançado e perigoso. Para quem fuma e ingere bebidas alcoólicas com frequência, os riscos de impulsionar o avanço da doença são ainda maiores. Portanto, se a pessoa apresenta fatores de risco como obesidade abdominal e glicemia alta, o mais indicado é procurar um médico para avaliação. Com diagnóstico precoce, é possível ter melhores resultados no tratamento”, frisa.

Reposição Hormonal

A Reposição Hormonal deve ser realizada de maneira fisiológica, observando os picos de produção hormonal já existentes. O tratamento só deve ser realizado sob estrita supervisão de um médico experiente. É preciso ter muito cuidado com as receitas milagrosas, plantas e chás. Embora alguns sejam inofensivos, outros podem até levar a grandes complicações e até à morte.

O uso de comprimidos é contraindicado, pois são altamente tóxicas ao fígado e pouco eficazes. Uma alternativa muito utilizada é o gel para espalhar na pele, de uso diário. A aplicação transdérmica de Testosterona é a maneira mais segura e fisiológica de aplicação, com resposta quase sempre muito positiva, já que seu efeito de curto prazo atende às necessidades de reposição hormonal de cada paciente. Além disso, como neste caso são aplicadas doses pequenas do hormônio, o gel possui menos contraindicações. O custo também é menor, se comparado a outros métodos.