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A Tarde , Salvador |
28/03/2014 às 13:55
Os médicos que trabalham na emergência do Hospital Espanhol iniciam uma paralisação neste sábado, 29, por tempo indeterminado, para protestar contra as condições de trabalho.
A categoria reivindica a aquisição de insumos e medicamentos básicos e a contratação de mais profissionais. Além disto, os médicos denunciam os atrasos nos pagamentos dos salários e a falta de recolhimento de INSS e FGTS.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães, a paralisação é encabeçada pelos profissionais contratados com base na CLT.
Entretanto, aqueles que não possuem vínculo trabalhista e são contratados como Pessoa Física também estão sofrendo as consequências. "Tem gente que não recebe o pagamento há um ano e meio", revela.
A paralisação foi decidida durante uma assembleia realizada na quarta-feira, 26. Ainda não há uma reunião marcada com o diretor do hospital, mas o sindicato deverá convocar em breve uma nova assembleia com os médicos para discutir os rumos do movimento.
Enquanto isso, a emergência segue com atendimento suspenso. Uma faixa foi colocada em frente ao hospital, com a frase: "Emergência do Espanhol fechada por falta de condições de trabalho".
O diretor da unidade médica, Álvaro Nonato, confirma a falta de material. "A Fundação José Silveira já forneceu R$ 800 mil em insumos, antibióticos e materiais, porque o hospital está sem capacidade de compra. Por mais esforço que todos tenham feito, há um nível de flutuação com relação aos insumos mais básicos", ressalta.
Ele também rebate a afirmação do presidente do sindicato em relação aos contratados como Pessoa Física. "Acho improvável que esteja acontecendo isto. Temos alguns atrasos, de 30 a 60 dias, mas seguramente não chegam ao período de um ano", diz.
Empréstimo da Caixa
No mês de fevereiro, o Portal A TARDE noticiou a mudança no modelo de gestão do hospital para receber a última parcela de um empréstimo da caixa Econômica Federal, no valor de R$ 25 milhões.
A negociação da verba - que seria destinada ao pagamento das dívidas da instituição e dos salários de médicos, funcionários e fornecedores - foi discutida durante uma reunião entre representantes da Caixa Econômica Federal, da Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), do sindicato e do hospital.
Apesar disto, Francisco Magalhães afirma que o valor ainda não foi depositado. "A informação que temos é que a Caixa está verificando onde este dinheiro será aplicado para então liberá-lo", complementa.
De acordo com Álvaro Nonato, também não há uma previsão de pagamento por parte da Caixa. "Embora a verba já esteja aprovada, está muito estranho para nós a quantidade de exigências burocráticas, e até hoje não há uma data prevista"