Saúde

Clínica promove ações para 90 casais que ainda não têm bebê

Palestra sobre os aspectos emocionais na infertilidade, sessão de esclarecimento com equipe médica e consulta inicial gratuitas

Carolina Campos , Salvador | 23/09/2013 às 12:07
Enquanto muitos pais comemoram o Dia das Crianças presenteando seus filhos, para outros a data comemorativa só reforça a necessidade do bebê que não chega. Desejar ter filhos e constituir família fazem parte do projeto de vida da maioria das pessoas. Ao se dar conta de sua dificuldade para ter um bebê, muitos casais passam a conviver com sentimentos como ansiedade, tristeza, medo, frustração, estresse e até vergonha. A ansiedade gerada pela falta de filhos e as consequentes cobranças de familiares, amigos e, principalmente, de um parceiro para o outro são responsáveis por problemas sérios na vida de um casal.

 Em homenagem ao Dia das Crianças, o Cenafert (Centro de Medicina Reprodutiva) promove a palestra “Aspectos psicológicos do casal infértil” com a psicóloga Cristina Rocha, no próximo dia 10 de outubro, às 14h30, na sede da Associação Bahiana de Medicina (ABM), na Rua Baependi, Nº 162, Ondina. Para orientar os casais, após a palestra, a equipe médica da clínica, coordenada pelo ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Joaquim Lopes, vai realizar uma sessão de tira-dúvidas, respondendo perguntas sobre infertilidade, hábitos que prejudicam a vida reprodutiva, prevenção e tratamentos. Os casais que participarem também vão poder agendar um horário para uma consulta gratuita na clínica. Para participar do evento, é necessário agendamento prévio pelo telefone (71) 3245-4009 ou e-mail cenafert1@hotmail.com

 

Nos EUA, cerca de 25% dos casamentos são desfeitos por conflitos gerados pela ausência de gravidez. Cerca de 15 % da população brasileira em idade fértil é afetada pela infertilidade conjugal, caracterizada pela  ausência de gravidez em um casal com vida sexual ativa e que não usa medidas anticonceptivas por um período de dois ou mais anos. Do total, cerca de 40% dos casos de infertilidade de um casal são atribuídos à mulher, 40 % aos homens e em 20% dos casos o problema está presente em ambos os parceiros. 

 

É importante saber que uma mulher com menos de 30 anos pode esperar até dois anos para que aconteça a gravidez se na avaliação pré-nupcial não foi detectado nenhum problema para engravidar. Caso a mulher tenha mais de 30 anos não deve aguardar mais que um ano para iniciar uma investigação com o especialista. Se atingiu 35 anos, o prazo de espera não deve ultrapassar seis meses. Após os 40 anos se a mulher deseja engravidar deve, de imediato, iniciar a investigação da sua capacidade fértil.

 

Várias são as causas que podem levar à infertilidade na mulher, dentre elas as doenças sexualmente transmissíveis (DST's), os distúrbios hormonais, obstrução nas trompas, problemas de malformação ou tumores no útero, endometriose e ovários policísticos. No homem, a varicocele (varizes na bolsa escrotal) é uma das causas mais comuns da infertilidade e consiste na dilatação anormal das veias que drenam o sangue na região dos testículos. A baixa produção de espermatozoides pelo testículo, causada por alterações hormonais, a mobilidade dos espermatozoides e a qualidade do sêmen são alguns dos fatores que influenciam na fertilidade masculina. Outro fator que pode reduzir ou até mesmo eliminar a produção de espermatozóides na vida adulta pode ser resultante de uma infecção dos testículos pelo vírus da caxumba, contraído na infância. Há também causas genéticas em pacientes que não têm espermatozoides (azoospermia) ou que apresentam uma concentração inferior a cinco milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen (oligozoospermia severa). As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), o uso de cigarro e o consumo de álcool também podem comprometer a fertilidade.

 
            Grande parte da população desconhece que a infertilidade também pode ser prevenida com  simples mudança de hábitos de vida. O consumo de álcool e drogas, o estresse, o cigarro, a obesidade e até a magreza em excesso podem provocar alterações nos óvulos e espermatozoides, comprometendo a capacidade reprodutiva do casal. Outros fatores também podem influenciar na saúde reprodutiva como a poluição, o uso de alguns medicamentos e a própria ansiedade.