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ASCOM Pediatria , Salvador |
28/08/2013 às 16:54
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Foto: DIV
Dados do Ministério da Saúde revelam que 4,7 mil crianças morrem e mais de 125 mil são hospitalizadas anualmente no Brasil em decorrência de acidentes. Na faixa entre 1 e 14 anos, os acidentes de trânsito, afogamentos, sufocações, queimaduras, quedas, intoxicações, acidentes com armas de fogo e outros configuram a principal causa de morte e a terceira de hospitalização.
Diante da incidência, o Departamento de Segurança Infantil da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape) apoia o Dia da Prevenção de Acidentes com Crianças, celebrado em 30 de agosto. Numa iniciativa da ONG Criança Segura, a data foi instituída para incentivar ações ligadas à prevenção de acidentes com crianças, promovendo maior conscientização sobre o tema.
Presidente do Departamento de Segurança Infantil da Sobape, a pediatra Márcia Barreto alerta para os altos índices registrados no país e diz que os acidentes não podem ser tratados como algo imprevisível. “Há algum tempo, o modelo agente/ hospedeiro/ ambiente usado para descrever a epidemiologia das doenças transmissíveis tem sido adaptado para o estudo dos acidentes na infância”, explica.
A pediatra ressalta ainda a implicação de fatores de risco favoráveis à ocorrência de acidentes, como questões sociais/econômicas, idade e sexo. “Entre outros aspectos, estudos epidemiológicos mostram, por exemplo, que os meninos acidentam-se cerca de duas vezes mais que as meninas, devido a características comportamentais ligadas ao sexo”, ilustra.
Papel do pediatra
Citando a Organização Mundial da Saúde (OMS) cujos dados revelam que 45% dos acidentes no mundo acontecem em ambientes domésticos, Márcia Barreto destaca a importância do papel do pediatra no estímulo à prevenção no consultório.
“Os pediatras devem incluir orientações às famílias, sobretudo esclarecendo as características de cada etapa do desenvolvimento da criança e os principais riscos”, diz Márcia Barreto, também considerando fundamental o papel das escolas e creches em prol da redução das estatísticas.
Com relação à mortalidade e morbidade, os dados revelam que para cada óbito por acidentes haja 80 casos de hospitalização com lesões graves e 1.500 casos de atendimento em salas de emergência, ilustra Márcia Barreto.
Dados estatísticos
· Segundo a OMS, 45% dos acidentes com crianças no mundo ocorrem em ambiente doméstico;
· Segundo o Ministério da Saúde, 4,7 mil crianças morrem e mais de 125 mil são hospitalizadas anualmente em decorrência de acidentes no Brasil;
· No mundo, 830 mil crianças morrem anualmente vítimas de acidentes, segundo o Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes da Organização Mundial da Saúde e Unicef (2008);
· · As mortes por acidentes de crianças até 14 anos, segundo DATASUS/Ministério da Saúde (2010), apresentaram-se da seguinte forma: acidentes de trânsito (1.895), afogamentos (1.184), sufocações (729), queimaduras (313), quedas (213), intoxicações (77), acidentes com armas de fogo (30) e outros (340);
· · Tanto em mortes quanto em hospitalizações, o número de meninos acidentados é cerca de duas vezes maior do que o de meninas;
· O quintal e a cozinha estão entre os locais de maior ocorrência de acidentes, com predomínio de quedas e contusões;
· Estima-se que para cada óbito por acidentes haja 80 casos de hospitalização com lesões graves e 1.500 casos de atendimento em salas de emergência;
Dicas de antecipação de riscos
· Janela com grade protetora e sem objetos por perto
· Tomadas com protetores
· Piso antiderrapante
· Quinas/cantos de móveis arredondados ou com protetor
· Fios de eletrodomésticos não devem ficar à mostra
· Não deixar objetos pequenos ou pontiagudos espalhados pela casa
· Usar proteção nas escadas
· Portas e gavetas de armários devem ter chaves inacessíveis às crianças
· As grades laterais de berços devem ser altas e as barras devem ter intervalos menores que 6cm
· O pescoço de bebês e crianças deve estar livre de enfeites e cordões de chupetas
· No fogão, não deixar cabos de panelas para fora e fechar o registro do gás
· Não manipular alimentos no fogão com crianças no colo
· Medicamentos e produtos de limpeza e/ou inflamáveis devem estar fora do alcance das crianças, assim como sacos plásticos
· Guardar bem tesouras, alicates e outros objetos perfurocortantes
· Piscinas devem ser cercadas e mantidas cobertas com lonas ou redes de proteção