Desde a época em que Nilo disse ser médico igual a sal não se via protesto igual, com tantos médicos mobilizados
Tasso Franco , da redação em Salvador |
23/07/2013 às 18:39
Desde a época em que Nilo disse ser médico igual a sal não se via protesto igual
Foto: A Tarde
Cerca de 1.400 a 1.500 médicos vinculados à Associação Baiana de Médicos (ABM), ao Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) e ao Sindicato dos Médicos (Sindimed) realizam protesto na tarde desta terça-feira, 23, em Salvador. Com carro de som e trajando jaleco, faixas e cartazes, o grupo percorre pelas avenidas Tancredo Neves e Magalhães Neto. Eles são contra algumas medidas do governo federal, como o programa Mais Médicos e vetos à lei do Ato Médico.
A categoria explica que o Governo Federal, no âmbito da saúde pública, pode contratar médicos estrangeiros, desde que o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) seja aplicado para quem vier trabalhar no país. Os profissionais também exigem melhorias no sistema público de saúde. Nas avenidas, eles fizeram exposição fotográfica com imagens de hospitais e postos médicos com estrutura inadequada.
"Estou aqui pela defesa da nossa classe e, principalmente, por melhorias na qualidade de vida para a população. Não adianta exigir diploma de medicina, é preciso que o local do nosso trabalho tenha estrutura para tratar melhor as pessoas", disse a estudante do terceiro ano de medicina, Mariana Botelho.
A médica pediatra, Maria das Graças, saiu do trabalho no início da tarde e foi direto para o protesto. Para ela, a categoria e a população precisam de mais qualidade nas unidades hospitalares. "Vim porque é preciso lutar pela saúde pública no nosso país, que está cada vez mais precária. Nós não somos contra a vinda de médicos para o país, só queremos que eles façam também o Revalida, exame que o governo exige dos médicos brasileiros. Só queremos igualdade, que cumpram leis", justificou.
Eles pretendem fazer assembleia geral na manhã desta quarta, 24, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Famed/Ufba). A classe ameaça realizar paralisação no dia 30, segundo o presidente do sindimed, Dr. Francisco Magalhães. Desde o início do mês de julho, os médicos realizam uma série de protestos. Na última terça, 16, eles saíram em caminhada do Campo Grande à Praça Castro Alves, no Centro da cidade. No mesmo dia, os médicos também realizaram uma manifestação nas cidades de Juazeiro, Vitória da Conquista e Feira de Santana, na Bahia.