Amanhã (11), serão debatidos temas relacionados às hepatites virais, medicamentos e ao futuro terapêutico da hepatite C
Texto & Cia , da redação em Salvador |
10/07/2013 às 18:49
Grupo de hepatologistas no encontro que acontecem em Salvador
Foto: Juarez Neves
O Hepatologia do Milênio, programa de educação médica continuada que acontece há 16 anos na capital baiana, debateu nesta quarta-feira (10), no primeiro dia de discussões, a Hepatotoxicidade, popularmente conhecida como a intoxicação do fígado por agentes externos. O evento, que tem como coordenador-geral o médico hepatologista Dr. Raymundo Paraná vai até sexta-feira, 12 de julho, no Bahia Othon Palace Hotel. O encontro reúne aproximadamente 700 profissionais do serviço público de saúde, centros de referência em hepatologia de todo o país, além de especialistas de países sul-americanos e europeus.
Especialistas discutiram sobre a interferência de medicamentos analgésicos e antitérmicos, a exemplo do Paracetamol e da Aspirina, em crianças e adultos. “Estudos demonstram que o uso inadequado destes remédios pode causar ou agravar as doenças do fígado. Cabe a nós, profissionais de saúde, realizar um mapeamento rigoroso de nossos pacientes e dosar a quantidade adequada para cada um”, explicou o médico gastroenterologista José Milton Lima. “Em crianças, o cuidado tem que ser redobrado, pois há uma absorção mais lenta do organismo e, portanto, o efeito é mais agressivo. O alerta serve também para as mães que, ao verem seus filhos com febre, extrapolam na dose dos remédios, o que pode levar, em casos mais graves, até à falência do fígado”, complementa a médica pediatra e especialista em fígado infantil, Gilda Porta.
Amanhã (11), serão debatidos temas relacionados às hepatites virais, medicamentos e ao futuro terapêutico da hepatite C, que deverá mudar radicalmente a partir de 2014 com novos medicamentos com melhor perfil de segurança e maior eficácia comparada aos atuais. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hepatologia, mais de dois milhões de brasileiros estão infectados pela hepatite C, e grande parte sequer tem noção da sua doença. Dentre eles, apenas vinte e seis mil se encontram na rede pública de saúde para tratamento. Os novos medicamentos para tratar a hepatite C agregam eficácia, mas também agregam complexidade por causa dos seus efeitos adversos.
Cada tratamento para hepatite C gira em torno de 80 mil reais por paciente, portanto se exige do médico e das instituições de saúde absoluta responsabilidade para o uso correto destes recursos. Para tratar este tema, membros do Ministério da Saúde e coordenadores do Hepatologia do Milênio se reunirão das 10h às 18h para discutir a capacidade da rede pública de saúde para tratar os pacientes com hepatite C.