Apesar da greve sistema funciona com 30% de sua capacidade operacional
A Tarde , Salvador |
14/05/2013 às 11:34
Médicos querem reajuste de 200%
Foto: A Tarde
Após uma série de negociações com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), os médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) iniciaram uma greve nesta terça-feira, 14. Representantes do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed) realizam uma manifestação nesta manhã, em frente à sede do Samu, no bairro do Pau Miúdo, com a colocação de cartazes e distribuição de panfletos.
A paralisação foi decidida em assembleia realizada nesta segunda, 13, após a categoria rejeitar as propostas de reajuste oferecidas pela SMS, de aumento de 100% sobre o salário base no valor de R$ 1.800, com a manutenção da carga horária de 24 horas; ou de 200% sobre o salário base, com aumento da carga horária para 40 horas. Com a greve, apenas 30% da categoria segue em atendimentos de urgência.
A diretora do Sindimed, Maria do Socorro Campos, explica que a categoria exige um reajuste de 200% sobre o salário base sem a mudança da carga horária. "Nossa luta vem desde a inauguração do Samu, em 2005, com a contratação dos médicos através do Regime Especial de Direito Administrativo, o chamado Reda. A promessa era que haveria um concurso público em seis meses, mas ele só foi realizado em 2011 e com o edital cheio de erros", explica a diretora, que também é médica reguladora do Samu.
Outra reivindicação da categoria, segundo Maria do Socorro, é o reajuste para todos os profissionais do serviço, que são contratados por meio de cinco tipos de vínculo empregatício: estatutário, Reda, Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), CLT e como Pessoa Jurídica.
"Nós não temos interesse em fazer greve, mas queremos que a prefeitura se sensibilize para a nossa situação e as condições de trabalho precárias, que não respeitam a legislação. A proposta da prefeitura, por exemplo, só contemplava os estatutários e os profissionais contratados pelo Reda", revela Maria do Socorro.
Em nota, a prefeitura informou que a reivindicação de melhores condições de trabalho já está sendo atendida com a reforma da Central de Regulação do SAMU (em andamento) e das bases descentralizadas, que passarão por adequações físicas".
Além dos problemas atuais, a diretora afirma que o sindicato não foi ouvido pela prefeitura durante a criação do Plano de Cargos e Salários. De acordo com ela, o Samu não foi incluído por ser considerado um plano de governo. "O que a prefeitura não levou em conta é que o Samu está dentro das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e teria que ser enquadrado no Plano de Cargos e Salários. Se o Samu acabar, a saúde pública vai entrar em um caos", enfatiza a médica.