Com informações da Agencia Lume
Ag Lume , Salvador |
27/04/2013 às 10:11
Na medida em que se aproxima a terceira idade, o cérebro humano, assim como outros órgãos, acompanha o ritmo de todo o corpo e sofre uma redução de sua capacidade. É fácil identificar, nessa faixa etária que as funções do corpo são afetadas, entre elas a memória. Por isso, a atuação da neuropsicologia é tão importante para garantir a autonomia e o bem estar por mais tempo nesse grupo de pessoas. “Além da prática de atividades físicas, o acompanhamento do neuropsicólogo com pessoas idosas é salutar para diminuir as consequências do desgaste natural que o cérebro sofre com o envelhecimento, e com doenças como depressão", é o que afirma a neuropsicóloga Suzana Lyra.
Esta vertente da Psicologia está entre as especialidades mais procuradas nos últimos anos. Isso se deve por conta da associação entre os estudos da mente e do comportamento humano. A Neuropsicologia trata dos efeitos degenerativos no cérebro provocados por lesões ou pelo tempo em todas as fases da vida mais comum entre os idosos. Resultados apontados pela Avaliação Neuropsicológica, que verifica detalhes como o nível intelectual, memória, raciocínio, julgamento, linguagem, atenção, percepção, orientação espaço-temporal, personalidade, comportamento e humor.
A Neuropsicologia surgiu do estudo feito com soldados feridos de guerra, que tinham lesões cerebrais e alterações de comportamento, memória, linguagem, raciocínio - o que possibilitou maior compreensão do papel do cérebro comandando esses processos. Através de constantes estudos foi se adaptando a outras realidades sociais. As três linhas fundamentais de atuação do neuropsicólogo são: Diagnóstico através de exames para avaliar as funções mentais; Tratamentos com o objetivo de restaurar as funções cerebrais; e pesquisas envolvendo diversas áreas, como o estudo das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação entre estes aspectos e o funcionamento cerebral.
“O Neuropsicólogo investiga as funções cerebrais a partir do comportamento manifestado pelo indivíduo, seja a nível cognitivo, (funções executivas: atenção, memória, percepção, linguagem), motor, emocional e sensorial verificando se existe algum prejuízo nessas funções que geram comumente alteração comportamental, algumas vezes visível, e em outras mais discretas.
O profissional em Neuropsicologia utiliza-se de instrumentos psicológicos - testes (psicométricos e projetivos) para avaliar as funções. Dentre os métodos de tratamento está a reabilitação cognitiva, um tratamento em que intervenções são necessárias junto a pacientes para melhorar a qualidade de vida, compensando ou adaptando-se às dificuldades que foram identificadas durante a avaliação que o paciente foi submetido”, declara Suzana. A neuropsicologia tem sido indicada por profissionais da Medicina como uma ferramentas para complementar no tratamento de pacientes com Dificuldades de Aprendizagem, Diminuição da Atenção, Parkinson, demências como a de Alzheimer, distúrbios neurológicos, dentre outras.
No Brasil, o reconhecimento da Neuropsicologia como segmento médico só se deu em 2004. Na Bahia uma das profissionais mais atuantes no diagnóstico e tratamento de pessoas com distúrbios é Suzana Lyra que realiza em junho o CONVIVER, primeiro congresso nacional sobre o idoso. O evento multidisciplinar é voltado para questões relacionadas à terceira idade.