Francisco Araújo adquiriu a doença e precisou ser transferido para Salvador.
Aos 23 anos, morador de Serrinha foi encaminhado para UTI e está estável.
G1 , Salvador |
20/03/2013 às 08:53
Jovem foi novamente internado em Salvador
Foto: Portal do Clériston
O jovem baiano Francisco Araújo Júnior, 23 anos, que tem cerca de 280 kg e passa por tratamento contra a obesidade, adquiriu uma pneumonia. Segundo as informações do Hospital Roberto Santos, Júnior deu entrada na unidade médica na madrugada desta terça-feira (19) e foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Segundo o hospital, o jovem foi entubado, sedado e respira com a ajuda de aparelhos. Apesar do estado grave, o hospital informou na noite desta terça que o quadro de saúde do rapaz é consideraodo estável. Os médicos ainda irão apurar como o jovem contraiu a doença. Ele sofre da síndrome Prader-Willi, que gera apetite excessivo.
Francisco vive em Serrinha com a mãe, Maria Aurizete, o pai e uma irmã, portadora de síndrome de down. Depois de ter sido internado na capital para tratar do problema, ele retornou ao interior no dia 20 de dezembro de 2012 para tentar perder peso e poder agendar a cirurgia de redução do estômago. O jovem foi internado no dia 22 de novembro de 2012. Ele saiu da UTI e foi transferido para um quarto do Hospital Roberto Santos no dia 3 de novembro
De acordo com a unidade de saúde, o jovem foi curado das infecções que apresentava quando deu entrada no hospital e, por isso foi prescrito que ele desse continuidade ao tratamento contra a obesidade mórbida em casa.
Tratamento
No dia 30 de novembro de 2012, Osmário Salles, chefe do setor de endocrinologia do Hospital Geral Roberto Santos, disse que o jovem teria que colocar um balão intragástrico antes de ser submetido a uma cirurgia bariátrica, de redução de estômago. No entanto, por medo, o jovem se recusou a realizar o procedimento.
Segundo Osmário Salles, chefe do setor de endocrinologia do Hospital Geral Roberto Santos, a síndrome que o jovem possui é rara e pode ser identificada enquanto o feto ainda está na barriga da mãe. "Os obesos tem uma causa endócrina ou uma causa genética para a sua obesidade. O nosso paciente tem a principal síndrome da obesidade associado à genética. Se fizer o ultrassom, são aqueles fetos com pezinho pequeno, mãozinha pequena. Quando nasce, é uma criança extremamente hipotônica, com fraqueza, com dificuldade em sugar o seio da mãe", explicou.
Entre os dois e três anos, a criança começa a apresentar apetite excessivo por conta da doença e passa a engordar de maneira acelerada. "Elas não param de comer. Além disso, ela tem uma fraqueza muscular intensa. Essas crianças desenvolvem atrofia muscular muito grande, osteoporose, má formação esquelética, baixo QI [quociente de inteligência]. Esses pacientes dificilmente passam dos 40 anos", apontou.
As pessoas com esse quadro dificilmente conseguem ter uma vida normal, informou o médico. "Não pode engordar, porque depois que engordar é extremamente difícil fazer perder peso. A obesidade é considerada a doença mais difícil da medicina. É a doença que mais mata. É um problema muito sério, associado a problemas cardiovasculares. O sistema de saúde e o governo deveriam intervir de forma mais pesada porque nós temos uma epidemia no mundo", avaliou.
A condução do tratamento de Francisco Júnior é complicada para o próprio hospital, informou à época. "Estamos em situação extremamente difícil. É aquela situação em que, se a gente fizer nada, ele vai morrer. Se a gente tentar fazer as coisas, a chance de óbito também é grande", disse.