Em mais de 95% dos casos de gravidez ectópica, o óvulo se implanta nas trompas de falópio. Por isso, a gravidez ectópica é conhecida como “gravidez tubária ou nas trompas”
Carol Campos , da redação em Salvador |
31/01/2013 às 12:52
A gravidez que ocorre fora do útero, chamada gravidez ectópica, geralmente é causada por fatores que impedem ou dificultam o deslocamento do óvulo fertilizado da trompa de Falópio para o útero. O bloqueio mecânico (cicatriz) na trompa pode ser decorrente de fatores diversos, mas as infecções causadas por gonococo ou clamídia são consideradas as causas mais comuns do bloqueio dos tubos (trompas de Falópio). Endometriose, cirurgias abdominais, idade superior a 35 anos ou ter muitos parceiros sexuais também são fatores que aumentam as chances de desenvolver esse tipo de gravidez.
Em mais de 95% dos casos de gravidez ectópica, o óvulo se implanta nas trompas de falópio. Por isso, a gravidez ectópica é conhecida como “gravidez tubária ou nas trompas”. Embora seja mais raro, ela também pode ocorrer no ovário, em outras regiões do abdome ou no colo do útero. Como em nenhuma dessas áreas há espaço ou tecido apropriado para uma gravidez se desenvolver, o bebê (feto) não consegue sobreviver e geralmente nem se desenvolve.
A probabilidade de repetir uma gravidez ectópica aumenta a cada nova gravidez ectópica. Segundo o ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Joaquim Lopes, diretor do Cenafert, “depois de ter tido uma gravidez ectópica, há cerca de 15% a 20 % de chance de ter outra”. Algumas mulheres que tiveram gestações fora do útero terão dificuldade de engravidar novamente. Esta dificuldade acontece mais frequentemente em mulheres que também tiveram problemas de fertilidade antes da gravidez ectópica. “A gravidez ectópica tanto pode estar associada à infertilidade como pode causá-la”, explica o especialista.
O diagnóstico precoce e tratamento da gravidez ectópica são fundamentais, pois ela pode causar a ruptura da trompa de Falópio, podendo causar uma hemorragia interna grave. O tratamento depende do quadro clinico da mulher, da localização e do tamanho da gravidez, podendo ser medicamentoso ou até cirúrgico, geralmente através de vídeo-laparoscopia. O tratamento pode causar a perda dos órgãos reprodutores e levar até mesmo à infertilidade. Se houver remoção de uma das trompas de Falópio a chance de engravidar é reduzida em 50%.
Para diminuir os riscos da gravidez fora do útero, as principais recomendações médicas são a prática de sexo seguro, uso de métodos anticoncepcionais adequados, especialmente o preservativo, e o tratamento das doenças sexualmente transmissíveis.