Saúde

Bahia fez 644 transplantes órgãos em 2012 e tem 2.140 pessoas na fila

Existem atualmente, na Bahia, cerca de 2.140 pessoas em fila de espera para transplante
Secom , da redação em Salvador | 21/01/2013 às 21:27

Com a realização de 644 transplantes de órgãos, a Bahia registrou, no ano passado, um aumento superior a 50% no número de procedimentos em relação ao ano anterior (2011), quando foram feitas 427 cirurgias. Segundo o coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), Eraldo Moura, o incremento é consequência do aumento no número de doação de múltiplos órgãos no estado - em 2011, foram 69 doações. No ano seguinte, 77, um aumento de 11,5%.

Para Eraldo Moura, apesar do aumento, o índice de negativa das famílias de potenciais doadores ainda é um grande entrave para reduzir as filas de pessoas à espera de um órgão para transplante. “Para se ter uma idéia, em 2012 foram feitas 412 notificações de morte encefálica. Dessas, 251 evoluíram para a entrevista familiar, e somente 77 famílias autorizaram a doação”. 

Ele acredita que o desconhecimento do processo doação/transplante por parte da população, e até de alguns profissionais de saúde, é a principal causa da resistência à doação, e defende a ampliação de ações educativas já desenvolvidas pela Sesab como de fundamental importância para reverter a situação. Estas ações, de acordo com o médico, devem contemplar não só as comunidades, mas também escolas, faculdades e hospitais.

Fila de espera

Existem atualmente, na Bahia, cerca de 2.140 pessoas em fila de espera para transplante. No ano passado, foram feitas 644 cirurgias, sendo 408 de córnea, 119 de rim, 46 de medula, 56 de fígado e 15 de ossos. “O número de transplantes aumentou mais de 50%, mas a Bahia ainda detém um dos maiores índices de negativa familiar do país - 69,32%”, explica Eraldo Moura. 

Entre as ações que estão sendo desenvolvidas pela coordenação do Sistema Estadual de Transplantes está um trabalho de capacitação, voltado para todos os integrantes das Comissões Intra Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTTs), a fim de identificar pacientes que estão nas unidades hospitalares e precisam de um transplante. “Nossa meta em 2013 é conseguir as comissões identifiquem não somente os potenciais doadores, mas também aqueles que têm alguma patologia que requer a realização de transplante”.

Ainda como metas para este ano, o médico cita a implantação do serviço de transplante cardíaco e pulmonar no Hospital Ana Nery, o incremento do processo de interiorização dos transplantes e zerar a fila espera para transplante de córnea.

Atualmente, já são feitos transplantes de córnea em Vitória da Conquista, onde deverá ser implantado o primeiro Banco de Olhos do interior baiano, e também em Juazeiro, Itabuna e Feira de Santana. Em Itabuna, já é feito transplante renal e ainda este ano devem ser implantados serviços de transplante renal em Feira de Santana, Juazeiro e Vitória da Conquista.