O evento discute entre outros temas, a cirurgia robótica, que já tem previsão para chegar à Bahia nos próximos 5 anos.
Tasso Franco , da redação em Salvador |
07/12/2012 às 11:25
Está acontecendo em Salvador, até hoje, o Congresso do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. O evento discute entre outros temas, a cirurgia robótica, que já tem previsão para chegar à Bahia nos próximos 5 anos.
Através de uma cirurgia robótica, um indivíduo pode ser operado por um robô? Desenvolvida pela NASA para garantir que, caso um de seus astronautas em alguma missão fora da Terra necessitasse de uma intervenção cirúrgica em órbita esta pudesse ser feita por um cirurgião daqui, conduzindo os braços e mãos de um robô no espaço, esse tipo de cirurgia vem ganhando destaque.
Dentre as muitas vantagens do uso da técnica, destaca-se o ganho de vida útil do profissional. “Um cirurgião de 75 anos, detentor de uma diversidade de situações e experiências profissionais incomparável, pode contar com as mesmas condições físicas de precisão visual, destreza e firmeza manual que um jovem e recém formado cirurgião”, afirma o especialista em cabeça e pescoço Leonardo Kruschewsky, presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões capítulo Bahia.
Com a capacidade de filmar áreas anatômicas impossíveis de serem observadas pela visão humana, por diferentes ângulos, a técnica de cirurgia robótica conta ainda com mãos-pinças que se movimentam e permitem manobras em todas as direções. Assim, toda sabedoria das gerações mais experientes de cirurgiões estará preservada por esta tecnologia. “O robô, longe de afastar as gerações mais experientes, vem para permitir longa vida ao cirurgião, possibilitando mais tempo e qualidade de trabalho”, afirma Kruschewsky.
Apesar de toda polêmica que permeia o uso da robótica na saúde, hoje já existem mais de mil robôs em atividade nos EUA e mais de 400 fora do país; cinco deles funcionando plenamente no eixo Rio-São Paulo. “E nossa meta e desafio é que a sociedade baiana ambicione e busque conquistar, numa previsão para os próximos cinco anos, robôs para uso dos cirurgiões pelo SUS em nosso estado”, conclui o médico.
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Com área de atuação em Cirurgia CranioMaxiloFacial, o especialista é graduado em medicina pela Universidade Federal da Bahia - UFBA, especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Doutor em Ciências Cirúrgicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP). Desenvolve pesquisa e orientação em residência médica no Hospital Aristides Maltez (HAM). Pesquisador colaborador da USP - Ribeirão Preto, ele coordenada o internato em cirurgia da Faculdade de Tecnologia e Ciências FTC e é orientador pedagógico do Departamento de Otorrinolarigologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da UFBA. Atualmente, é Presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões – Regional Bahia.