Para a morte não há solução, mas há enfrentamento. A partir desta constatação, pode-se compreender melhor essa condição inevitável na vida de todas as pessoas
Berna Farias , Salvador |
01/12/2012 às 14:03
Discussão sobre vida e morte no HGRS
Foto: BF
Para a morte não há solução, mas há enfrentamento. A partir desta constatação, pode-se compreender melhor essa condição inevitável na vida de todas as pessoas e melhorar a assistência aos pacientes que chegam ao término de suas vidas. Com esse objetivo, a CRO – Comissão de Revisão de Óbito do Hospital Geral Roberto Santos discutiu, hoje (30), o tema “Morte no contexto hospitalar”, dentro do Simpósio Multiprofissional de Saúde, o primeiro promovido pela Comissão.
“Pensar este tema é importante em nossa contemporaneidade, quando as formas de encarar a morte são tão diferenciadas”, definiu a assistente social Elisângela dos Santos, integrante da CRO. José Roberval Ferreira de Oliveira, coordenador, disse ser o simpósio um pontapé inicial para estabelecer estratégias capazes de melhorar a assistência aos pacientes que morrem em nosso Hospital. “Essa reflexão é muito necessária, já que somos um Hospital de ensino, de alta complexidade, possuímos diversos serviços de imensa importância e somos estratégicos para a Regulação dos pacientes”.
Representando a diretora Geral do HGRS, Delvone Almeida, o diretor de Ensino e Pesquisa, Marcos Almeida, dimensionou filosoficamente o fenômeno da morte e ressaltou a fundamental importância da discussão aprofundada e constante do tema nos hospitais. “É um problema que não temos como resolver, mas temos como enfrentar. Os profissionais modernos não podem permanecer com a ideia de que não devem estudar a morte, porque ela acontece a todo instante nos hospitais”.
Segundo ele, quanto mais se falar e discutir sobre essa questão, mais o profissional estará preparado para enfrentá-la. “A morte envolve muitos princípios éticos, morais, religiosos. Aprendemos que estar vivo é o melhor, mas nem sempre é o mais digno. O profissional que é preparado para preservar a vida deve ser moldado para enfrentar igualmente a morte, essa é a nossa função”, argumentou.
“Fui obrigada a me deparar com este tema desde que cheguei ao HGRS como estagiária. Fui buscar ajuda para trabalhar com ele e aprendi que se pode oferecer uma morte com respeito e dignidade quando não se consegue preservar a vida”, revelou a psicóloga Maria Constança Veloso, primeira palestrante do dia.
Foram realizadas as seguintes palestras: “O conceito de morte na contemporaneidade e suas interfaces multiculturais”; “Morte, perda e luto na doação de órgãos”; “Acolhimento familiar na morte encefálica e na parada cardíaca/respiratória”; “Declaração de óbito e causa mortis no contexto hospitalar”; “Investigação epidemiológica relacionada à morte hospitalar e ocorrências adversas – discussão de casos”; “Análise e revisão dos óbitos na gestão hospitalar: experiência da CRO/HGRS”; E, ainda, realizada Oficina para preenchimento de declaração e registro hospitalar de óbito e estratégias de operacionalização para qualidade da assistência