No próximo dia 5 de maio, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove a Campanha Nacional contra a Hanseníase com o objetivo de promover a prevenção e o diagnóstico precoce da doença. Em Salvador, cerca de quinze médicos da SBD - Regional Bahia vão prestar atendimento voluntário, das 8 às 12, no Ambulatório Magalhães Neto do Hospital das Clínicas. A campanha é dirigida a pacientes com sintomas da doença (manchas dormentes de cor avermelhada ou esbranquiçada em qualquer região do corpo e manchas com alterações de sensibilidade) e, principalmente, com casos de hanseníase na família. Os casos com indicação da doença vão ser encaminhados para exame de biópsia e tratamento nas unidades da rede pública. O atendimento gratuito será realizado por ordem de chegada. Também serão distribuídos folders educativos com dicas de prevenção.

Apesar da queda da incidência da hanseníase no Brasil, registrada nos últimos anos, a doença ainda não está controlada. Os dermatologistas alertam para a subnotificação dos casos e para o elevado número de pacientes que só têm o diagnóstico tardio. O Brasil ainda é considerado o segundo país do mundo em casos novos da enfermidade, sendo, portanto, considerado região endêmica. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2011 foram registrados 30.298 novos casos da doença no país, um coeficiente de 15,88 casos por 100 mil habitantes. A situação pior é registrada nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A Bahia está entre as dez áreas de maior risco com um grau de endemicidade considerado alto de 17,56 novos casos a cada 100 mil habitantes e cerca de 2460 casos registrados no ano passado.

Doença infecciosa e crônica, popularmente conhecida como lepra, a hanseníase afeta a pele e os nervos e as manchas podem estar localizadas em qualquer parte do corpo. Normalmente, os locais mais comuns são as extremidades (braços, mãos, coxas, pernas e pés) e o rosto. Se uma área da pele apresenta queda dos pêlos, manchas brancas ou avermelhadas, está ressecada e com sensação de formigamento e dormência, ausência de sensibilidade ao toque ou diminuição de sensibilidade ao calor,  isso pode ser hanseníase. Em alguns casos, também pode haver diminuição da força muscular. "Ao apresentar algum sintoma a pessoa não deve se automedicar, é fundamental procurar imediatamente um serviço de saúde", recomenda a dermatologista Vitória Regina Rêgo, coordenadora local da campanha. Segundo a especialista, "o diagnóstico precoce com o devido tratamento é a melhor forma de evitar sequelas." A hanseníase tem cura, mas quando não há tratamento a doença pode causar deformidades, principalmente, nas mãos e pés, gerando incapacidade física.