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III Meeting de Saúde da Santa Casa de Misericórdia no Tívoli da Praia do Forte
Foto: BJÁ
Durante a abertura do III Meeting de Saúde promovido prla Santa Casa de Misericórdia da Bahia/Hospital Santa Izabel no Tívoli da Praia do Forte, Mata de São João, o presidente do Conselho Deliberativo da ANAHP - Associação Nacional dos Hospitais Privados - Francisco Balestri afirmou nesta sexta-feira, 20, que há um forte movimento das operadoras do sistema de saúde privado na direção de imporem compra de medicamentos com preços de referência às instituições hospitalares.
A ANAHP, que congrega 45 dos maiores hospitais privados do país, com receita financeira bruta de R$7.5 bilhões ano de 2010 e prestações de serviços com 7.355 leitos, admite que isso será uma situação bastante complicada para os hospitais, uma vez que poderia haver a imposição de aquisição de produtos de baixa qualidade, o que já vem acontecendo, em parte, no país, recaindo sobre as instituições hospitalares a responsabilidade no plano jurídico a problemas que venham a ocorrer com pacientes.
"Os riscos serão sempre nossos e não podemos aceitar isso sem uma definição de responsabilidades" confessa Balestri entendo que, as operadoras no Brasil, hoje, tem um poder de "fogo" bastante elevado. Para José Carlos Brito, ex-secretário de Saúde de Salvador e chefe do Serviço de Hemodinânica do Hospital Santa Izabel isso é uma coisa inademíssivel, pois, os profissionais médicos precisam ser ouvidos e avaliar essa questão de forma ampla, uma vez que, em síntese, as responsabilidades quando ocorrer problemas recaem também sobre os médicos.
A abertura do III Meeting teve a fala do provedor da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, José Antonio Rodrigues, o qual deu boas vindas aos profissionais da medicina e destacou a importância dos hospitais privados no processo de atendimento à população. Na opinião de Balestri, "no Brasil ainda não há clareza da saúde como um bem. Nâo conseguimos valorizar a saúde no contexto da vida", resumiu.
VÁRIAS QUESTÕES
O setor privado de saúde no Brasil passa por uma análise profunda do seu papel também como formuladora da saúde pública. Para Balestri, o paciente não quer saber se o atendimento é público ou privado, e sim que haja o bom atendimento. O presidente do Conselho da ANAHP destaca que existam muitas questões a serem analisadas, como as PPPs (Parceiras Público Privadas), a tecnologia da saúde também vista em termos médicos e farmacológicos, " e não apenas de equipamentos", a valorização dos serviços médicos e/ou técnicos, os investimentos nos hospitais e outros.
"A lei 9655 permite que os planos de saúde possam ter aportes e participações de empresas e investimentos estrangeiros, enquanto os hospitais estão amarrados e proibidos dessa participação devido o que se estabeleceu na Constituição de 1988", o que representa uma aberração segundo Balestri.