Após uma semana internado com pneumonia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por volta das 15h20 deste domingo. Segundo o médico Roberto Kalil Filho, Lula vai continuar o tratamento com antibióticos até sexta-feira e pode voltar ao hospital para tomá-los durante a semana.
Acompanhado da mulher, Marisa Letícia, Lula não conversou com a imprensa, saiu pelo estacionamento e entrou direto em um veículo cercado por seguranças.
"O paciente alcançou a melhora clínica e deverá receber antibiótico ambulatorialmente no hospital até o dia 16. Durante a internação, o paciente atingiu uma acentuada melhora clínica e normalização dos exames de sangue e da tomografia de tórax", diz o boletim médico divulgado neste domingo, logo após a alta de Lula.
Kalil afirmou que Lula está "muito bem e de bom humor" e que pode voltar a trabalhar ainda nas próximas semanas. "Ele pode retomar a vida dele nas próximas semanas, mas é necessário repouso nos próximos dias", disse. Segundo o médico, a pneumonia do ex-presidente teria acontecido por uma baixa imunidade, considerado normal durante o tratamento, e que a recuperação depende de "bom senso" de Lula.
Kalil afirmou ainda que Lula deverá voltar ao hospital até o fim de março, para constatar se o câncer foi extinto. "Faremos uma nova internação para exame que vai determinar se o tumor foi realmente extinto", disse. Segundo o médico, Lula chegou a perder alguns quilos durante todo o tratamento contra o câncer, mas "está se recuperando". Kalil fez questão de dizer que conversava com os jornalistas a pedido do próprio ex-presidente.
Lula estava internado no Sírio-Libanês desde domingo (4) para receber tratamento com antimicrobianos contra pneumonia, que estava em estágio inicial. A doença é considerada normal que pacientes que tenham passado por tratamentos como radioterapia - que ele concluiu em fevereiro contra um câncer de laringe.
O câncer de Lula
Após queixa de dores de garganta, Lula realizou uma série de exames na noite de 28 de outubro de 2011. Na manhã do dia seguinte, foi divulgado boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informando que foi diagnosticado um tumor maligno na laringe, que seria inicialmente tratado por quimioterapia.
O câncer na região da laringe é mais comum entre homens e o de maior incidência na região da cabeça e pescoço. Os principais fatores que potencializam a doença são o tabagismo e o consumo de álcool. Já os sintomas são: dor de garganta, rouquidão, dificuldade de engolir, sensação de "caroço" na garganta e falta de ar.