O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi internado neste sábado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com a assessoria de Lula, a internação foi por volta das 17h. O boletim médico divulgado pela instituição informa que ele chegou com queixa de perda de apetite e fadiga e, após avaliação, "foi constatada apenas presença de inflamação de mucosa da laringe e esôfago, decorrentes da radioterapia".
A equipe médica optou por internação hospitalar para observação e intensificação das medidas de suporte nutricional, fisioterápicas e fonoaudiológicas. O boletim afirma que o estado de saúde do ex-presidente é bom e não há alteração no plano de tratamento radioterápico. A equipe médica que assiste Lula é coordenada por Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz e João Luís Fernandes da Silva.
Ontem, o ex-presidente não compareceu às comemorações pelos 32 anos de fundação do PT. Na carta enviada à direção do partido, Lula justificou a ausência e afirmou estar em uma "rigorosa disciplina" para se curar.
"Meu tratamento de saúde entrou em sua etapa final e devo manter rigorosa disciplina para que volte o mais rápido possível à militância social e política que tanto nos apaixona e mobiliza", disse Lula em trecho da carta.
Na quinta-feira, reportagem do jornal Folha de S.Paulo afirmou que, por recomendações médicas, Lula também deveria cancelar sua participação no desfile da escola de samba de São Paulo Gaviões da Fiel, que, neste ano, traz o político como tema.
Com o tema 'Homenagem da nação corintiana ao povo brasileiro', a escola é a sexta a entrar na avenida no sábado de Carnaval. Lula iria desfilar no último carro alegórico. De acordo com os médicos, mesmo com a boa evolução clínica de Lula, a exposição em um desfile é "expressamente proibida". Estava prevista para a sexta-feira da semana que vem, dia 17, a última sessão de radioterapia do ex-presidente. Após isso, ele deve passar por uma bateria de exames para avaliar o resultado do tratamento.
O câncer de Lula
Após queixa de dores de garganta, Lula realizou uma série de exames na noite de 28 de outubro. Na manhã do dia seguinte, foi divulgado boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informando que foi diagnosticado um tumor maligno na laringe, que seria inicialmente tratado por quimioterapia.
O câncer na região da laringe é mais comum entre homens e o de maior incidência na região da cabeça e pescoço. Os principais fatores que potencializam a doença são o tabagismo e o consumo de álcool. Já os sintomas são: dor de garganta, rouquidão, dificuldade de engolir, sensação de "caroço" na garganta e falta de ar.