Ao comentar os resultados do tratamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra um câncer de laringe, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, em Porto Alegre (RS), que tanto ela como Lula são exemplos de que é possível derrotar a doença.
"Acho que isso é uma mensagem para todas as pessoas que hoje passam por essa doença: que ela é derrotável (...) cada vez mais você pode superá-la. Eu sou um caso, o presidente Lula é outro, e têm tantas outras pessoas", disse a presidente na capital gaúcha, um dia depois da equipe médica que trata do ex-presidente anunciar uma redução de 75% em seu câncer.
Em abril de 2009, quando era ministra-chefe da Casa Civil, Dilma iniciou o tratamento contra um linfoma (câncer com origem no sistema linfático). Ela passou por sessões de radioterapia e quimioterapia em São Paulo, perdeu parte do cabelo e chegou a usar, por alguns meses, uma peruca para disfarçar a queda. Em setembro de 2009, os médicos informaram que ela estava livre da doença.
"Falei com ele ontem. Ele estava muito feliz (...) Então, posso dizer o seguinte: nós todos ficamos muito felizes com a notícia, nós sabemos que o presidente tem uma característica que é fundamental quando se fala em doença: o presidente é uma pessoa que tem um otimismo fantástico. E, é também uma pessoa que tem toda uma trajetória de desafios que sempre foi capaz de superá-los", afirmou a Dilma.
LULA DEIXA HOSPITAL
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por volta das 20h30 desta terça-feira, sem conversar com ninguém na saída da unidade e acompanhado da mulher, Marisa Letícia. Segundo a equipe médica responsável pelo petista, ele passou "sem intercorrências" pela terceira e última sessão de quimioterapia contra um câncer na laringe diagnosticado no fim de outubro. Lula deve continuar recebendo medicação quimioterápica por infusão contínua até sábado, conforme ocorreu nas duas sessões anteriores.
De acordo com a assessoria do ex-presidente, ele passou bem a noite e se alimentava normalmente antes da alta. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, que está com o pai internado no mesmo hospital, aproveitou para visitar Lula na segunda-feira. Ele não recebeu outras visitas e permanece acompanhado da mulher, Marisa Letícia.
Além da terceira e última sessão de quimioterapia, Lula passou por uma bateria de exames, e a equipe médica pôde constatar que seu tumor na laringe teve redução de "pelo menos 75%" com o tratamento. Por conta disso, a possibilidade de cirurgia foi completamente descartada.
O câncer de Lula
Após queixa de dores de garganta, Lula realizou uma série de exames na noite de 28 de outubro. Na manhã do dia seguinte, foi divulgado boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informando que foi diagnosticado um tumor maligno na laringe, que seria inicialmente tratado por quimioterapia.
O câncer na região da laringe é mais comum entre homens e o de maior incidência na região da cabeça e pescoço. Os principais fatores que potencializam a doença são o tabagismo e o consumo de álcool. Já os sintomas são: dor de garganta, rouquidão, dificuldade de engolir, sensação de "caroço" na garganta e falta de ar.