A presidente Dilma Rousseff (PT) saiu otimista da visita a seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde o líder petista passou nesta segunda-feira pela primeira sessão de quimioterapia contra o câncer na laringe. "Saio certa que nós vamos em janeiro (sic) ver o presidente desfilando na Gaviões da Fiel", disse, sobre a apresentação da escola, no dia 18 de fevereiro, que fará uma homenagem a Lula.
A presidente disse que Lula "está maravilhoso de humor", mesmo após o diagnóstico de câncer ocorrido no sábado. "Encontrei ele muito bem. O presidente tem um organismo muito forte", disse. "Eu sofri muito na minha quimioterapia, foi uma coisa muito chata. Mas tenho certeza que o presidente Lula tem uma capacidade de superar dificuldades e desafios muito grande", afirmou, lembrando de seu tratamento contra um linfoma, em 2009.
Dilma ainda negou que a saúde de seu antecessor tenha dominado a conversa. "Eu dei poucas dicas (sobre o tratamento contra o câncer) porque o presidente Lula estava bem mais interessado em discutir o G20 (grupo das 20 principais economias), por exemplo. Estava bem mais interessado em discutir como está o desempenho dos países da zona do euro, como a crise está ocorrendo."
"O presidente é uma pessoa que olha para fora. Ele não fica triste, olhando para dentro. Ele olha para fora, olha para o mundo, olha para a vida, e é para isso que ele dá importância. Então a conversa com o presidente é uma conversa muito alegre, muito diversa e sempre dos temas do País e do mundo", afirmou.
Dilma ainda disse que Lula está poupando a voz, falando baixo, como recomendado pelos médicos, e mandou um recado para os que torcem pela recuperação do ex-presidente: "O povo brasileiro pode ter certeza que ele é um guerreiro e que ele vai sair mais desse desafio inteiro, feliz, e vai ainda dar muita contribuição para o País".
O câncer de Lula
Após queixa de dores de garganta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma série de exames na noite de 28 de outubro. Na manhã do dia seguinte, foi divulgado boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informando que foi diagnosticado um tumor maligno na laringe, que seria inicialmente tratado por quimioterapia.
O câncer na região da laringe é mais comum entre homens e o de maior incidência na região da cabeça e pescoço. Os principais fatores que potencializam a doença são o tabagismo e o consumo de álcool. Já os sintomas são: dor de garganta, rouquidão, dificuldade de engolir, sensação de "caroço" na garganta e falta de ar.