Todas as pessoas que tiveram contato direto com os trabalhadores do Complexo Hoteleiro de Sauípe, litoral norte da Bahia, que apresentaram sintomas de meningite meningocócica do tipo C, tanto no trabalho quanto nas residências, foram medicadas com antibióticos (quimioprofilaxia). A medida, a mais eficiente, de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde, tem como objetivo bloquear o surgimento de novos casos da doença.
Cerca de 1.800 pessoas receberam a medicação, em uma ação conjunta das secretarias estadual (Sesab) e municipais de Saúde de Camaçari, Mata de São João e Entre Rios. Segundo informações da Sesab, nenhum caso foi registrado de sábado passado até o início da tarde desta segunda-feira (10 a 12). Como medida complementar, a administração do complexo está programando, para os próximos dias, a vacinação de todos os funcionários.
O coordenador estadual das Emergências em Saúde Pública, Juarez Dias, médico especialista em Saúde Coletiva, considera pequena a chance de ter havido contaminação entre as pessoas que estiveram no ‘Sauípe Folia', domingo passado (11). "Os acometidos da doença são funcionários que trabalham na cozinha e em arrumação. Não lidavam diretamente com o público. O evento aconteceu em uma área fechada", afirmou, referindo-se, também, à realização da festa.
Em entrevista à imprensa, Dias destacou que os casos foram comunicados às autoridades e à direção do complexo na sexta-feira passada (9). Equipes da Sesab e secretarias municipais continuam monitorando o local. Todos os sete casos (três resultaram em óbitos) foram registrados em funcionários do complexo, nenhum entre hóspedes dos hotéis ou moradores da região.
Dias ressalta que a quimioprofilaxia é a medida mais eficiente, já que a vacina não tem ação imediata. Além disto, o número de profissionais para atendimento médico foi ampliado e equipes da Vigilância Epidemiológica estão orientando os funcionários do complexo sobre as medidas de prevenção da doença.
A orientação, não apenas para quem esteve em Sauípe, mas, toda a população, segundo Dias, é que em caso de apresentar febre, dor de cabeça, dificuldade de movimentar a cabeça, vômito e dor na nuca, deve-se procurar, imediatamente, o centro de saúde mais próximo.
Em 2010, o Governo do Estado investiu mais de R$ 45 milhões para vacinar as crianças baianas menores de cinco anos e, em Salvador, jovens e adolescentes (10 a 24 anos). De acordo com o último boletim epidemiológico, a Bahia registra em 2011 uma redução de cerca de 30% no número de casos de meningite do tipo C em comparação ao ano anterior.