Contribuir na redução da fila de pacientes que aguardam tratamento radioterápico no estado da Bahia. Esse é o objetivo principal da nova Unidade de Radioterapia do Hospital da Bahia (HB), que foi inaugurada nesta sexta-feira (6), às 19h, no próprio hospital, no bairro da Pituba, em Salvador.
O secretário da Saúde do Estado, Jorge Solla, parabenizou o HB pela importância do investimento feito no combate ao câncer. "Essa unidade chega para suprir uma lacuna, pois temos poucos serviços na Bahia para diagnóstico e tratamento do câncer, que é um grave problema. A expectativa é que cada vez mais baianos possam se beneficiar com o serviço", destacou.
Além do secretário, mais de 200 médicos baianos e de outros estados compareceram ao coquetel de lançamento, e conheceram as modernas instalações do novo centro. O maior diferencial é que será a única unidade do país que terá dois aceleradores iguais, usando energias semelhantes.
"Esse recurso faz com que, em caso de pane em um aparelho, em hipótese alguma, os pacientes deixem de ser tratados", destacou o diretor geral da Unidade, Dr. Alberto Coutinho. O centro dispõe ainda de quatro consultórios e cabines; duas salas de espera e de comando; além da sala de informática, de exames, de física médica e de braquiterapia. As obras tiveram investimentos de R$ 1,5 milhão e os equipamentos de R$ 3 milhões.
Cada equipamento tem capacidade de atender a 80 pacientes por dia, o que torna a Unidade de Radioterapia do HB capaz de prestar atendimento a 160 pessoas diariamente. Os aceleradores produzem dois tipos de radiação (fótons e elétrons) indicados no tratamento do câncer. Porém, de acordo com o Dr. Coutinho, o mais importante são os acessórios dos aparelhos.
"Eles irão maximizar os efeitos no tratamento dos tumores, bem como os métodos de planejamento em 3D, que propiciam a localização exata da área irradiada, dando a certeza de que a dose proposta será integralmente aplicada no tumor", explica.
Tratamento
Em termos gerais, o tratamento do câncer compreende três condutas: cirúrgica, radioterápica e quimioterápica. De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia - Seção Bahia, Lucélia Magalhães, desses três, a radioterapia é o método mais difícil de implementar devido ao alto custo. "Muitos pacientes que tinham que ir para São Paulo ou Rio de Janeiro para realizar tratamento, agora vão poder fazê-lo aqui mesmo, de maneira adequada e humanizada", afirmou.
O chefe do Serviço de Radioterapia do Hospital São Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro, Sérgio Lannes, enalteceu a qualidade da unidade do HB. "Esse centro vai funcionar nos melhores padrões de qualidade internacional, com tecnologia de ponta, permitindo tratar doentes de câncer com maior precisão e menor efeito colateral", ressaltou.
De acordo com o coordenador Científico da unidade, Paulo Florence, a expectativa é que o atendimento tenha uma cota para o Serviço Único de Saúde (SUS). No estado da Bahia, são aguardados, em 2011, 20.108 novos casos da doença, sendo 9.447 para o sexo masculino e 10.661 para o sexo feminino. Nos homens baianos, a maior incidência será no tumor de próstata (1.711), e nas mulheres o câncer de mama (1.155) e colo uterino (601).