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Alberto Kaemerrer, diretor do Hospital Mãe de Deus, Porto Alegre, e a palestra polêmica
Foto: BJÁ
O diretor médico do Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre, Alberto Kaemmerer, um dos mais importantes daquele estado disse no II Meeting de Saúde da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Hospital Santa Izabel, em debates num hotel em Costa do Sauípe, na Bahia, neste final de semana, que "hospital é lugar perigoso, mas, não é ruim". E isso faz a diferença na compreensão do papel de uma Casa de Saúde, entendendo-se o valor de um hospital para a população, seu papel fundamental no atendimento à saúde, porém, um lugar onde se requer cuidados especiais.
Segundo Karmmerer, via de regra num hospital, entre a direção e o corpo clínico há um vácuo decisório que precisa ser eliminado, pelo menos para quem ainda não fez esse dever de casa, pois, isso atrapalha e muito o desempenho de uma instituição. Entende que os hospitais não precisam de amizades, de cumpadrismo, e sim de respeito aos marcos legais.
"Nos últimos 30 anos a medicina evoluiu muito e a gestão administrativa tem piso e teto, enquanto os médicos não têm teto, daí que toda organização médica tem que ter um comando bem estruturado e trabalhar com harmonia produtiva sem concessões", situa Keammerer, apontando para o enquadramento de todo mundo nas balizas legais, nos marcos legais.
Keammerer diz que foi-se o tempo de diretores médicos "quebra-galhos", que preenchiam horários em instituições aos seus modos, aos seus critérios, e, hoje, às exigências dos consumidores e a profissionalização do segmento exigem uma dedicação integral, observando, sobretudo, a promoção do conhecimento dos médicos (corpo clínico).
E, para tanto, acontecem quebra de paradigmas e confronto, em alguns casos.
"Não há instituição que não cresça com confronto" destaca Kaemmerer situando que no Hospital Mãe de Deus, que dirige, o "profissional médico tem que agregar valor ao modelo que desenvolvemos". Ou seja, só faz parte do corpo clínico da Instituição se aceitar integralmente as normas do hospital, integralmente.
Bastante polêmica a palestra de Alberto Kaemmerer, sobretudo quando disse que "é preciso ter coragem" para enfrentar situações arraigadas, modelos antigos e ineficientes, de médicos que fazem os seus horários, sem atender as exigências protocolares das instituições.
O correto, segundo o médico gaúcho, é esrtruturar o corpo clínico e assistencial para a Instituição, e não com vínculos ou interesses da administração, em desvios de conduta.
"Muitas vezes uma parte desse corpo clínico, por algum motivo, se junta à administração, o que não é salutar à Instituição como um todo" porque denota interesses que, nem sempre são os da Instituição e sim os particulares.