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Cerca de 15 % da população brasileira em idade fértil é afetada pela infertilidade conjugal, caracterizada pela ausência de gravidez em um casal com vida sexual ativa e que não usa medidas anticonceptivas por um período de dois ou mais anos. Apesar disso, grande parte dos casos de infertilidade pode ser prevenida ou revertida com medidas simples. Estima-se que apenas um terço dos casais necessita técnicas mais complexas para realizar o sonho de ter um bebê. Para comemorar o Dia das Mães, o Centro de Medicina Reprodutiva - Cenafert vai promover no dia 6 de maio, das 8 às 14 horas, atendimento gratuito aos casais de baixa renda que desejam ter filhos e não conseguem. A iniciativa tem o objetivo de atender pacientes inférteis, que não têm acesso aos tratamentos na área de reprodução humana. Segundo o ginecologista e especialista em reprodução humana, Joaquim Lopes, nem todos os casais que enfrentam problemas de fertilidade necessitam recorrer a uma técnica mais complexa de reprodução assistida para ter um filho. "Há muitos problemas que podem ser solucionados com medidas simples e, muitas vezes, basta uma orientação com um especialista para se resolver o problema", explica o médico.
O atendimento será realizado na sede da clínica especializada em reprodução assistida, que fica na Ademar de Barros, nº 67, em Ondina. A equipe multidisciplinar da clínica estará atendendo para consulta e orientação mediante agendamento prévio que deverá ser feito pelos telefones 3245-4009 ou 3245-3009. Serão atendidos quarenta casais. É recomendado que as pacientes levem exames mais atuais que tiverem sido feitos e compareçam acompanhadas pelos seus parceiros. Quando houver indicação médica, os pacientes do sexo masculino que forem atendidos também poderão agendar, gratuitamente, o espermograma (exame de análise laboratorial do sêmen). O exame é a principal maneira de avaliar a capacidade reprodutiva do homem.
Infertilidade
A ansiedade gerada pela falta de filhos e as conseqüentes cobranças de familiares, amigos e, principalmente, de um parceiro para o outro são responsáveis por problemas sérios na vida de um casal. Nos EUA, cerca de 25% dos casamentos são desfeitos por conflitos gerados pela ausência de gravidez. Cerca de 15 % da população brasileira em idade fértil é afetada pela infertilidade conjugal. Se até pouco tempo a infertilidade conjugal era considerada um problema exclusivamente feminino, hoje se sabe que cerca de 40% dos casos de infertilidade de um casal são atribuídos à mulher, 40 % aos homens e em 20% dos casos o problema está presente em ambos os parceiros. "É de fundamental importância que o homem tenha acompanhamento médico e participe junto com a sua parceira da investigação para diagnóstico e tratamento da infertilidade", afirma o médico Joaquim Lopes. A idade é um dos fatores naturais que afetam a capacidade reprodutora, já que há declínio da fertilidade nas mulheres, após os 35 anos, e nos homens, a partir dos 45.
Várias são as causas que podem levar a mulher à infertilidade, dentre elas as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), os distúrbios hormonais, obstrução nas trompas, problemas de malformação ou tumores no útero, endometriose e ovários policísticos.
Já no homem, a baixa produção de espermatozóides pelo testículo, causada por alterações hormonais, a mobilidade dos espermatozóides e a presença de radicais livres no sêmen são alguns dos fatores que influenciam na fertilidade. Outro fator que pode reduzir ou até mesmo eliminar a produção de espermatozóides na vida adulta pode ser resultante de uma infecção dos testículos pelo vírus da caxumba, contraído na infância. Há também causas genéticas em pacientes que não têm espermatozóides (azoospermia) ou que apresentam uma concentração inferior a cinco milhões de espermatozóides por mililitro de sêmen (oligozoospermia severa). As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's), o uso de cigarro e o consumo de álcool também podem comprometer a fertilidade. A varicocele (varizes na bolsa escrotal) é considerada uma das causas mais comuns da infertilidade no homem.
Grande parte da população desconhece que a infertilidade pode ser prevenida com a simples mudança de hábitos de vida. O consumo de álcool e drogas, o stress, o cigarro, a obesidade e até a magreza em excesso podem provocar alterações nos óvulos e espermatozóides, comprometendo a capacidade reprodutiva do casal. A equipe da clínica vai orientar, de forma simples, os pacientes sobre maneiras de prevenir a infertilidade através de novos hábitos de vida.
É importante saber que uma mulher com menos de 30 anos pode esperar até dois anos para que aconteça a gravidez se na avaliação pré-nupcial não foi detectado nenhum problema para engravidar. Caso a mulher tenha mais de 30 anos não deve aguardar mais que um ano para iniciar uma investigação com o especialista. Se atingiu 35 anos, o prazo de espera não deve ultrapassar 6 meses.