O diagnóstico precoce e um acompanhamento adequado ainda continuam sendo as melhores armas na luta de pacientes e médicos para minimizar as seqüelas trazidas com o Parkinson - doença neurológica e degenerativa que atinge de 1% a 3% da população idosa. O alerta, que acompanha nesta segunda-feira (11) as campanhas em torno do Dia Mundial da Doença de Parkinson, chama atenção ainda para a previsão de crescimento no número de casos no país, preocupação motivada, principalmente, pela forte tendência de envelhecimento da população brasileira.
"A Organização Mundial da Saúde estima que o número de pessoas com Parkinson dobrará até 2040, alcançando 8 milhões de indivíduos em todo o mundo. No Brasil, as projeções do Ministério da Saúde revelam que já existem 200 mil pessoas com a enfermidade, sendo mais de seis mil somente em Salvador", afirma a geriatra das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Josecy Peixoto.
Entre as características da doença, está o surgimento de alterações motoras no paciente, como tremores, lentidão nos movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de modificações na fala e na escrita. Tais alterações ocorrem em virtude da degeneração de células do cérebro que produzem uma substância chamada dopamina. A falta ou diminuição da dopamina acaba afetando os movimentos do paciente.
Os remédios, as cirurgias, além da fisioterapia, terapia ocupacional e da fonoaudiologia, estão entre as ferramentas hoje utilizadas para combater os sintomas da enfermidade. "O Parkinson não é fatal, nem contagioso. Apesar dos avanços científicos, ainda continua incurável e de causa desconhecida, mas é através do tratamento que o idoso passa a ter uma melhora significativa na qualidade de vida. Por isso, quanto mais cedo a pessoa for diagnosticada, maiores são as chances de minimizar as seqüelas da doença", pontua Josecy.
Nação da Melhor Idade - Na linha do alerta sobre o avanço do Parkinson estão estudos que apontam para uma tendência significativa de envelhecimento dos brasileiros. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), um quadro de pico populacional, acompanhado de uma desaceleração no seu crescimento, irá levar o Brasil a um superenvelhecimento da população nas próximas décadas. Em 1940, os idosos representavam 4,1% da população total do país, sendo que em 2009 essa participação chegou a 11,4%. Em valores absolutos, o contingente passou de 1,7 milhão para cerca de 21,5 milhões no período avaliado.
Já a totalidade dos indivíduos menores de 15 anos, que representava 33,8% do total populacional em 1992, caiu para 24% em 2009. Ainda de acordo com o Ipea, além do envelhecimento da população total, a proporção dos "mais idosos", aqueles com 80 anos ou mais de idade, também está aumentando - participação essa que saltou de 0,9% para 1,6% entre 1992 e 2009.
Centro Especializado - Oferecendo tratamento gratuito e especializado, o Ambulatório de Parkinson da OSID se traduz hoje em um importante reforço no atendimento ao público baiano, já que existe ainda uma demanda reprimida no estado em função da escassez de centros específicos para assistência a esse paciente. Inaugurada há pouco mais de um ano, a unidade funciona às sextas-feiras, no horário das 8h às 12h, na Clínica Geriátrica das Obras Irmã Dulce (Largo de Roma).
O atendimento é feito através de uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais das áreas de geriatria, neurologia, enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, nutrição e serviço social. As consultas podem ser marcadas diretamente na recepção da clínica, de segunda a sexta-feira, ou através do telefone 3310-1176.