Quarenta e uma pessoas serão beneficiadas com córneas, ossos e tendões doados por famílias das vítimas do massacre da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro. O Banco de Olhos de Volta Redonda captou oito córneas, de quatro crianças, e o Banco de Tecidos do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia captou ossos e tendões de uma menina - que serão aproveitados por 33 receptores.
Nenhuma das vítimas teve morte encefálica - por isso não foi possível a doação de órgãos como coração, rins e fígado. Outras cinco famílias autorizaram a retirada de ossos, mas isso não foi possível porque o tempo pós-óbito não permitiu a análise de amostras sanguíneas das vítimas.
A família do menino Igor Moraes da Silva, de 13 anos, tinha a intenção de doar os órgãos da criança, baleada na cabeça e no abdômen. Igor estava em estado gravíssimo e seu caso vinha sendo acompanhado de perto pela equipe da Central de Transplantes do Rio de Janeiro. Havia compatibilidade de tipo sanguíneo com o menino Patrick Hora Alves, de 10 anos, que sofre de grave cardiopatia e recebeu um coração artificial há 17 dias, no Instituto Nacional de Cardiologia. Mas Igor teve parada cardíaca, o que impede que os órgãos sejam aproveitados.