Alencar recebeu a visita de Dilma na semana passada
Foto: Ricardo Stuckert/PR/Divulgação
O vice-presidente da República, José Alencar, não teria condições de ir à cerimônia de posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, caso o evento fosse hoje, informou nesta segunda-feira um dos médicos que atendem Alencar no Hospital Sírio Libanês, na região central de São Paulo. "Se fosse hoje, (Alencar) não iria de jeito nenhum", disse o cardiologista Roberto Kalil Filho.
Segundo Kalil Filho, o estado de saúde de José Alencar não apresentou alterações e é estável dentro da gravidade do quadro. "Ele está bem, tranquilo, conversando", afirmou. O médico disse ainda que o vice-presidente manifestou desejo de deixar a Unidade Terapia Intensiva (UTI), onde está internado desde a última quarta-feira. "Ele está querendo ir para o quarto", falou o médico, sem confirmar a possibilidade.
Neste último domingo, o vice-presidente recebeu a visita do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que disse ter encontrado Alencar "bem". O ministro declarou acreditar na presença do vice na posse de Dilma, como é seu desejo. "Pela lucidez e pela articulação das palavras, acredito que ele vai conseguir", disse.
José Alencar foi internado na última quarta-feira em caráter de urgência com quadro de hemorragia digestiva grave, mas tem apresentado melhoras. O Hospital Sírio Libanês divulgou, às 13h55 desta segunda-feira, um novo boletim sobre o estado de saúde de Alencar. Segundo o hospital, Alencar permanece internado na UTI Cardiológica, "realiza hemodiálise e apresenta estabilidade do seu quadro clínico".
Luta contra o câncer
Alencar luta contra o câncer desde 1997, quando, após um check-up, foi encontrado um tumor no rim direito e outro no estômago, retirados naquele mesmo ano. Em 2000, uma nova cirurgia retirou um tumor na próstata. Depois da remoção de outros nódulos no abdômen, Alencar foi diagnosticado com câncer no intestino.
Ao todo, ele foi submetido a 17 cirurgias nos últimos 13 anos. Em janeiro de 2009, ele enfrentou cerca de 17 horas de operação para a retirada de nove tumores na região abdominal. Na mesma cirurgia, os médicos retiraram parte do intestino delgado, outra do intestino grosso e uma porção do ureter, canal que liga o rim à bexiga. Alencar chegou a ficar internado 22 dias após a operação. A última cirurgia ocorreu na última quarta-feira, quando Alencar foi internado no Sírio-Libanês em caráter de urgência, com quadro de hemorragia digestiva grave.